Dom
Eurico
O texto do evangelho de décimo quarto domingo do Tempo
Comum está situado no início da subida de Jesus para Jerusalém.
Setenta
ou setenta e dois, dependendo do manuscrito, é o número dos enviados.
Baseando-nos em Gênesis 10, que diz serem setenta os números das nações que
compõem a humanidade, podemos dizer que nosso texto diz respeito à
universalidade da missão da Igreja, enviada pelo seu Senhor, “a toda cidade e
lugar para onde ele mesmo deva ir”. Trata-se de colheita, pois o agricultor é
Deus, é Deus quem faz a boa semente frutificar. Para esta missão universal é
que Jesus dá as orientações. O conteúdo do anúncio é a proximidade do Reino de
Deus: anúncio que deve ser feito mesmo em situações adversas. A proximidade do
Reino de Deus, em primeiro lugar é sentida na pessoa de Jesus Cristo e deve ser
prolongada historicamente no anúncio e na ação da Igreja, Corpo de Cristo.
Como
o discípulo não é maior que o Mestre, os discípulos enviados devem ter presente
a possibilidade de hostilidade, resistência e rejeição da missão cristã: “Eis
que vos envio como cordeiros para o meio de lobos”.
Mas
não se paga o mal com o mal, por isso, o discípulo é portador da paz, que é dom
do Cristo Ressuscitado: “dizei primeiro: a paz esteja nesta casa”. Na rejeição,
sacudir o pó da sandália, isto é, não se deixar abater pelo fracasso, pois a
segurança e a força vêm do Senhor. “Comer e beber do que tiverem”: é preciso
viver cada dia, sem se preocupar com o amanhã. É indispensável se prevenir
contra a tentação do sucesso: “Não passeis de casa em casa”
A
missão é urgente, por isso, devem-se fazer escolhas claras.
A
necessidade de ajuda para o exercício da missão será sempre grande, daí ser
indispensável pedir àquele que a pode suscitar e oferecer: “Pedi ao Senhor da
colheita que mande trabalhadores para a sua messe”.
O
sucesso pode ser uma tentação para os discípulos. Sua alegria e recompensa é
que é Deus quem o admite ao seu serviço.
CatolicaNet
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