O arcebispo do Luxemburgo pediu hoje em Fátima que os emigrantes portugueses mantenham a sua “alma” e façam da Virgem Maria uma referência pessoal, mesmo nas situações de dificuldade
“Queridos amigos portugueses, deixai-vos tocar pela simplicidade dos Pastorinhos de Fátima. Não percais a vossa alma na emigração, mas fazei dela fonte de uma nova proximidade com Deus”, disse D. Jean Claude Hollerich, perante milhares de pessoas reunidas para a peregrinação internacional de agosto, na Cova da Iria.
Segundo o prelado, esta “alma” traz a “felicidade de toda a consolação” a toda a vida, ainda que se passe por uma “situação de carência”.
“Quantas coisas começaram bem na nossa vida seguindo-se o fracasso e a vergonha? Por vezes, falta-nos o amor: nas nossas tarefas, entre marido e mulher. As nossas crianças que encerram um futuro tão promissor, mais tarde, acabam por chumbar na escola ou por se tornar vítimas das suas paixões”, exemplificou.
A homilia aludiu ainda aos que “não têm dinheiro”, aqueles cuja vida tinha acabado de começar – “uma pequenina casa e agora a preocupação de não poder concretizar os seus sonhos”.
“A mãe de Jesus, a Mãe de Deus, a nossa Mãe, está sempre presente; é a Mãe que não aguentaríamos perder. Ela encontra-se aqui em Fátima, está connosco e dá-nos os conselhos de que mais precisamos”, sublinhou.
A mensagem de Fátima, acrescentou o arcebispo do Luxemburgo, convida a uma “verdadeira conversão”, nas famílias, nos locais de trabalho, como “verdadeiros cristãos”.
D. Jean Claude Hollerich apresentou uma reflexão centrada na passagem evangélica das “bodas de Caná”, quando Jesus transformou água em vinho, após um alerta da sua mãe, Maria.
“Se não temos mais vinho, teremos de nos contentar com a nossa água, com a nossa frágil vida espiritual, com a nossa boa vontade manchada de fraqueza e impureza”, referiu aos presentes.
“É necessário darmos a nossa vida a Deus – a nossa vida real, não a idealizada e espiritualizada, mas a nossa vida real, somos convidados a oferecê-la a Deus e através de Deus a oferecê-la a todos os homens”, acrescentou.
Assim, sustentou o prelado, “o que é pobreza transforma-se em riqueza”.
“Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós; rogai por Portugal e pela Europa, rogai por Portugal e todo o mundo”, concluiu.
Na chamada 'oração universal', os participantes rezaram, entre outros, pelos "emigrantes em busca de trabalho".
O Santuário acolheu desde terça-feira a ‘Peregrinação do Migrante e do Refugiado’, uma iniciativa da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), organismo da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, que promove até domingo a 41.ª Semana Nacional das Migrações, este ano com o lema ‘Migrações Peregrinação de Fé e Esperança’.
OC
Agência Ecclesia
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