21/09/2013

Bergoglio e a Igreja dos pobres


«Beati pauperes», felizes os pobres. É o título da encíclica que, segundo fontes jornalísticas da Igreja, o Papa estaria a escrever. Alguém terá até dito que já a escreveu nas semanas de agosto, passadas na Casa de Santa Marta. Na segunda-feira passada, dia 16 de setembro, em diálogo com o clero de Roma, Francisco deu a entender que essa encíclica não está em construção. 

Realmente, tal como ele próprio tinha dito aos membros da secretaria do Sínodo, o Papa durante este verão trabalhou no texto da exortação apostólica pós-sinodal sobre a nova evangelização, fruto do trabalho dos bispos no Sínodo de outubro 2012. Não se exclui que essa exortação possa conter referências ao tema da pobreza, que é recorrente no magistério do Papa, ligado ao convite expresso a sair para as periferias geográficas e existenciais, e a «tocar» nos pobres como «a carne de Cristo». 

Mas não se trata da encíclica «Beati pauperes». Alguns dias atrás também o cardeal Prosper Grech, que pregou a última meditação aos cardeais antes do início do conclave, tinha confirmado que o Papa estaria a escrever uma encíclica «sobre os pobres, que ajudará a entender melhor o voto de pobreza na Igreja». Mas bem depressa o próprio Bergoglio fez entender que a publicação de uma encíclica, a tão pouca distância da «Lumen Fidei», não teria sentido. 

Segunda-feira passada, no encontro com os sacerdotes em São João de Latrão, um pároco de Roma falou da «Igreja pobre para os pobres» e pediu ao Papa indicações sobre o assunto. E até acrescentou: «É verdade que agora vai sair a encíclica sobre os pobres, e aí poderemos ler o que o Santo Padre pensa…». Na sua resposta o Papa esclareceu: «Isso é o que pensa Muller! Ele pensa desse modo». Deu assim a entender que quem veria de bons olhos uma encíclica sobre os pobres e sobre a pobreza seria sobretudo o atual Prefeito da Congregação para a doutrina da fé.


Fátima Missionária

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