
Não só em nome do jornal, o editorial garante que há anos as Organizações Globo definiram, internamente, que a defesa do golpe militar foi ação equivocada. O texto, no entanto, garante que a divulgação ao público de tal posicionamento não tem quaisquer relações com os recentes protestos. Porém, a Globo vem sendo alvo de duras críticas da população com seus repórteres tendo, inclusive, dificuldades para realizar as reportagens, não só no Brasil como em outras partes do mundo, como em Londres, na Inglaterra. Na última sexta (30), por exemplo, a sede da Rede Globo em São Paulo foi pichada com os dizeres "Globo mente", além de ser alvo de fezes que foram arremessadas por participantes do ato.
"Desde as manifestações de junho, um coro voltou às ruas: ´A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura´. De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura", avalia O Globo ao explicar que a decisão de revelar - de forma direta - o apoio ao começo do regime ditatorial foi definida há tempos para o lançamento da página de lembranças da publicação.
Memórias de O Globo
Site de memórias que traz, entre outras ações, a seção ´Erros e Acusações Falsas´. Além da admissão do apoio aos militares, O Globo relembra o suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954. O jornal informa que, sim, se opôs às políticas do governo, mas que jamais conspirou contra a gestão presidencial - diferentemente da "extensa mitologia". "É falsa a acusação. Opor-se a um político não pode ser confundido com conspirar a fim de desestabilizá-lo e tirá-lo do poder", reforça.
Na página, a equipe de O Globo informa que a ascensão dos militares ao poder foi tida, à época, pelo comando do diário como "única alternativa" democrática ao país. "Naquele contexto, o golpe, chamado de ´Revolução´, termo adotado pelo O Globo durante muito tempo, era visto pelo jornal como a única alternativa para manter no Brasil uma democracia. Os militares prometiam uma intervenção passageira, cirúrgica. Na justificativa das Forças Armadas para a sua intervenção, ultrapassado o perigo de um golpe à esquerda, o poder voltaria aos civis".
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