07/10/2013

Argentinos protestam contra fábrica de celulose no Uruguai

Buenos Aires (AFP) - Centenas de moradores da cidade argentina de Gualeguaychú, no centro-leste, organizaram neste domingo uma carreata em uma ponte na fronteira com o Uruguai, em protesto contra a alta da produção de uma fábrica de celulose no país vizinho considerada poluidora.

"Fora, fábrica!", gritavam os manifestantes, que voltaram a reivindicar o fechamento de uma unidade da empresa finlandesa UPM, antiga Botnia.

Os ambientalistas pretendiam cruzar a ponte para levar uma petição às autoridades municipais da localidade vizinha de Fray Bentos, na margem leste do rio Uruguai. Eles foram impedidos pela polícia uruguaia.

"Já que a caravana não pode passar, não vamos cruzar para entregar o abaixo-assinado. Lamento. Faremos chegar (às autoridades) de outro modo", declarou a uma emissora de televisão local o prefeito de Gualeguaychú, Juan José Bahillo, à frente dos manifestantes que estavam na ponte. 

O presidente do Uruguai, José Mujica, justificou a decisão de impedir a passagem dos ativistas, porque "há coisas que podem acontecer e que são muito difíceis de evitar, quando as pessoas, no ardor de sua manifestação, passam dos limites".

Por três anos, os ambientalistas de Gualeguaychú mantiveram um bloqueio fronteiriço de protesto desde que a fábrica começou a operar, em 2007.

Uma sentença da Corte Internacional de Haia negou que a fábrica fosse poluente, mas determinou um monitoramento conjunto entre ambos os países.

Mujica acaba de autorizar um aumento de mais de 100 mil toneladas anuais na produção. O governo argentino alega que qualquer mudança deve ser consultada previamente, por se tratar de um rio de soberania compartilhada.

A Argentina afirma que a unidade excede os limites permitidos de fósforo, nitrogênio e matérias orgânicas, mas o Uruguai insiste em que os níveis são normais.
AFP
Dom Total

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