Tem início, hoje, a segunda fase do Programa Mais Médicos, que levará mais um lote de profissionais brasileiros e estrangeiros às unidades de assistência básica do Interior dos Estados e das periferias de grandes cidades. A partir desta manhã, 27 municípios cearenses, inclusive a Capital, começam a receber outros 45 médicos, todos formados no País, para exercerem atividades de imediato nos postos de saúde. Do total, dez ficarão em Fortaleza.
Também hoje, 300 médicos cubanos devem chegar para participar do curso de preparação da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE) Foto: Kiko Silva
Até o fim deste mês, mais profissionais estrangeiros também devem chegar ao Estado, onde passarão por curso de preparação. Odorico Monteiro, secretário de Gestão Estratégica Participativa do Ministério da Saúde, afirma que ainda não foi definida a quantidade de intercambistas e médicos de outras nacionalidades destinados ao Ceará na segunda fase, mas destaca que parte deles ajudará a repor as vagas nas quais houve desistência na primeira etapa. Somente em Fortaleza, 11 dos 26 médicos selecionados recuaram e deixaram o projeto. Dentre os municípios contemplados na segunda fase, estão Caucaia (três médicos), Crato (5), Beberibe (2) e a Capital (10).
A expectativa do Ministério é que, hoje, cheguem a Fortaleza 300 profissionais estrangeiros para iniciar, no próximo dia 7, o curso de preparação oferecido pela Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE). Segundo o coordenador do módulo de acolhimento e avaliação do Mais Médicos, Frederico Oteche, a formação será a mesma destinada aos primeiros integrantes do programa, com três semanas de aulas a respeito da Saúde no Brasil, além de testes de conhecimento sobre língua portuguesa e habilidades na área da Medicina. "Se aprovados, os profissionais devem começar a atuar nos municípios entre a última semana de outubro e primeira de novembro", diz Oteche. O coordenador ressalta que apenas alguns dos 300 médicos cubanos ficarão alocados no Ceará. Os outros irão para diferentes Estados.
A partir do próximo mês, os médicos que já estão atividades também iniciarão um curso de educação permanente em parceria com universidades cearenses, no qual haverá especialização em Atenção Básica. Segundo Odorico Monteiro, o projeto servirá para promover supervisão, tutoria e monitoramento aos profissionais do programa.
Ontem, a coordenação do programa no Ceará se reuniu com representantes das cidades que receberão novos médicos para esclarecer o processo. O encontro teve a participação de prefeitos e secretários de Saúde de municípios como Icó, Croatá, Maranguape, Caucaia e outros, que aproveitaram para avaliar o primeiro mês de atividades.
Embora a maioria tenha considerado a iniciativa positiva, alguns gestores frisaram que a verba repassada pelo governo federal para custear a estadia dos médicos poderia ser maior. Conforme Michelle Cariello, prefeita de Beberibe, os profissionais precisam, conforme o Ministério, estar vinculados a equipes completas de Saúde de Família, o que exige das prefeituras despesas de manutenção.
"Recebemos R$ 9 mil de recurso para manter a equipe, mas isso é o salário só do médico. Todo o restante da equipe fica a custo do município", diz Michelle. Ainda assim, a gestora afirma que o programa é mais vantajoso do que uma contratação feita pela própria Prefeitura.
Josefa de Oliveira, secretária de Saúde de Maranguape, também diz que o financiamento poderia aumentar, mas afirma que o Mais Médicos foi uma importante contribuição à cidade.
Reforma
Na reunião, a titular da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS), Socorro Martins, afirmou que, até o fim do ano, a Capital deve ter reformadas 60 unidades de atenção básica. Segundo a secretária, 27 já passam por intervenções, com previsão de entrega para este mês. Conforme ela, a média é de quatro postos de saúde por Regional.
As melhorias também devem acontecer no Estado. Conforme Odorico Monteiro, o Ceará está recebendo investimento de mais de R$ 170 milhões para construção de 310 unidades básicas de saúde e reforma de aproximadamente de outras 690.
Monteiro afirmou, ainda, que a Pasta trabalha com projetos a curto, médio e longo prazos, que pretendem, até 2026, aumentar o número de médicos no Brasil dos 374 mil existentes hoje para 600 mil.
Diário do Nordeste
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