02/10/2013

Reforma da Cúria, Sínodo e colegialidade no centro dos trabalhos do Conselho de cardeais: coletiva do Pe. Lombardi

Cidade do Vaticano (RV) - Concluem-se nesta quinta-feira, no Vaticano, as reuniões do Conselho de cardeais, o grupo de oito purpurados que tem a tarefa de coadjuvar o Papa no governo da Igreja e no projeto de revisão da Constituição apostólica Pastor Bonus sobre a Cúria Romana.

Os trabalhos tiveram início na manhã de terça-feira na Biblioteca privada do apartamento papal, prosseguindo depois na Casa Santa Marta. Na manhã desta quarta-feira o Papa não participou dos trabalhos por causa da audiência geral.

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, concedeu uma coletiva aos jornalistas sobre os trabalhos em andamento. Pe. Lombardi destacou a introdução feita pelo Papa Francisco, seguida de uma reflexão entre os membros do Conselho sobre a eclesiologia a partir do Vaticano II.

O porta-voz vaticano precisou que o trabalho dos oito cardeais não é de tipo organizativo, mas se coloca numa visão teológica, espiritual da Igreja, segundo as disposições do Concílio, do qual se quer portar avante a sua aplicação.

Iniciaram-se assim os trabalhos de terça-feira na Biblioteca privada, afirmou Pe. Lombardi, detendo-se também sobre alguns temas:

"Os membros do Conselho se prepararam, houve também por parte deles essa reflexão de caráter teológico, espiritual, no sentido de refrescar, reavivar a perspectiva da Igreja, inspirada no Concílio, sobre a sua missão, sobre a relação entre Igreja universal e Igrejas locais, sobre o tema da comunhão, da participação, da colegialidade na condução da Igreja, sobre o tema da Igreja dos pobres, dos leigos na Igreja, sobre o caráter de serviço de todas as instituições eclesiais e a responsabilidade de todos os membros da Igreja pelo bem comum."

Na parte da tarde de terça-feira, na Casa Santa Marta, falou-se sobre o próximo Sínodo dos Bispos. Pe. Lombardi recordou que o Papa Francisco já antecipou o tema do Sínodo, um tema antropológico, dedicado à pessoa e à família, à luz do Evangelho. Por isso esteve presente na sessão de trabalho também o novo secretário-geral do Sínodo, Dom Lorenzo Baldisseri:

"Foi dada uma certa prioridade a esse tema já na reunião de terça-feira à tarde, tanto pela importância, evidentemente, da participação do Episcopado mediante o instrumento dos Sínodos na vida da Igreja universal, quanto por uma certa urgência de precisar e iniciar a preparação do próximo Sínodo."

O tema foi o da pastoral familiar e matrimonial, sobre como abordar o estudo e o aprofundamento, temas que o Pontífice já anunciou como cruciais para a atividade da Igreja nos próximos tempos. Daqui a uma ou duas semanas, a Secretaria do Sínodo poderá dar informações mais precisas a esse respeito. A atenção nesta quarta-feira volta-se para a reforma da Cúria, nos vários aspectos:

"A relação dos dicastérios com o Santo Padre, a coordenação dos dicastérios e a função da Secretaria de Estado, e assim por diante... São temas muito amplos, articulados, sobre os quais há uma ampla quantidade de sugestões e de pontos que foram apresentados. Agora trabalharão também sobre essa temática."

O porta-voz vaticano precisou que os oito purpurados não são delegados continentais, mas membros do Colégio episcopal, que conhecem muito bem os problemas reais da Igreja nas duferentes partes do mundo e que, obviamente, gozam "de grande confiança e apreço pessoal por parte do Papa".

O Conselho "pode tratar também de temas concernentes à administração econômica", mas, efetivamente, até então não se falou sobre isso, concluiu Pe. Lombardi respondendo às perguntas dos jornalistas. (RL)

Rádio Vaticano 

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