O que Jesus quer é nascer no nosso coração; nascer na nossa vida.

Pe. José Fernandes de Oliveira*

É NATAL. O bom Deus, por amor a todos nós, cumpre sua promessa, e nos envia o SALVADOR, Ele próprio, que se faz um de nós, assumindo a nossa condição humana nascendo da Virgem Maria. O nascimento de Jesus se deu uma só vez na pequenina cidade de Belém. Nasceu na simplicidade de uma criança. Nasceu pobre. Viveu pobremente. Morreu mais pobre ainda. Ressuscitou glorioso. 

O seu nascimento em Belém não se repete mais. Ninguém nasce mais de uma vez. O que Jesus quer é nascer no nosso coração; nascer na nossa vida. Se você está celebrando o nascimento de Jesus, pergunte a si mesmo: Ele já nasceu na minha vida? E de que modo você poderá saber se Ele já nasceu na sua vida? A resposta é simples. 

Se você segue os seus ensinamentos, se você procura ser aonde quer que se encontre a sua presença entre nós; se você é capaz de sofrer humilhações, desprezos e zombarias por causa dEle; se você não tem vergonha de dizer ao mundo com palavras e com um testemunho de sua vida que tem nEle o ponto de referência de sua vida; se você procura nada fazer que O desagrade; se você é capaz de usar os bens deste mundo sempre tendo em vista os bens por Ele prometidos; se você o ama de verdade e procura ama-lo na pessoa do outro; se você não é orgulhoso, não é prepotente, não se considera maior e melhor que os outros; se você não guarda no seu coração sentimentos de ódio ou de vingança contra ninguém; se você é capaz de perdoar a quem lhe fez ou faz o mal; se você é verdadeiro, sincero, puro, honesto e justo; se você procura ser aonde quer que se encontre instrumento de paz, solidariedade e harmonia; se você tudo faz para não prejudicar ninguém; se você reza, participa da santa missa, recebe-O na sagrada eucaristia como seu principal alimento; se você faz da Eucaristia que recebe instrumento de caridade, de amor e de perdão; se você é capaz de dar as costas aos apelos do mundo e assim nadar contra a correnteza; se você se preocupa com o outro; se você é capaz de tirar do que precisa para ajudar aquele que mais precisa; se você é capaz de ajudar um idoso, um deficiente visual, um cadeirante a atravessar aa rua; se você não olha com desprezo aos menos lembrados pela sociedade e que estão nas ruas porque não têm casa, não têm o que comer, não têm o que vestir, estão sofrendo nos corredores dos hospitais e postos de saúde mendigando o atendimento médico; se você no exercício de sua profissão não faz discriminação de pessoas; se você não se apropria do que é dos outros; se você respeita a todos, sendo atencioso, delicado e paciente; se você não é grosseiro com ninguém, especialmente, com o mais pobre; se você é uma pessoa prestativa; se você respeita as diferenças de sexo, de religião, de pensar, de raça e de cor; se você é capaz de ajudar o outro a si levantar de suas fraquezas; se você não é daqueles que está sempre a apontar para os erros dos outros. se você não é daqueles que sempre está com a verdade e não é capaz de enxergar a verdade naquele que é menos letrado que você; se você respeita as crianças, os idosos; se você ver em cada pessoa o próprio Jesus Cristo; enfim, se você não se volta somente para si, mas é capaz de se voltar para o outro, seja qual for a sua condição social; é sinal de que Jesus nasceu na sua vida. 

E se assim é, não o crucifique mais, mas tudo faça para que Ele não morra outra vez, porque, se você deixar que Ele morra dentro de você, estará perdendo o mais precioso fruto da sua obra salvadora: a sua salvação eterna; a sua comunhão eterna com Deus, que já começa neste mundo e alcança a sua pleniturde depois da nossa morte. A todos que me encontrarem neste espaço, um SANTO e FERVOROSO NATAL.

*Doutor em Direito Canônico, Presidente do Tribunal Eclesiástico do Ceará e professor da Faculdade Católica de Fortaleza