O grupo de pesquisa Cultura de Paz, Espiritualidade, Juventudes e Docentes, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará, promove esta semana – dias 4, 5 e 6 – o IV Seminário Cultura de Paz, Educação e Espiritualidade. O evento acontece no Auditório Valnir Chagas da Faced, localizado na Rua Waldery Uchoa, 01, Benfica, em Fortaleza. A Agência da Boa Notícia participará do evento, representada por seu presidente, o jornalista e professor Francisco Souto Paulino, em mesa redonda sobre Comunicação e Cultura de Paz.
No encontro, educadores, comunicadores, sociólogos, psicólogos, artistas e estudantes do Ceará e de outros estados vão trocar idéias e experiências visando reforçar a cultura de paz em diversas instituições. Atenção especial é dada ao ambiente escolar, onde ser formam as novas gerações. O programa terá palestras, oficinas, apresentações de pesquisas cientificas, relatos de casos, vivências e performances artísticas, relacionando educação, saúde integral, direitos humanos, comunicação, espiritualidade, arte e cultura.
Para saber mais sobre a proposta do seminário, a ABN publica a entrevista abaixo com a Profª Kelma Socorro Lopes de Matos, coordenadora do Grupo de Pesquisa Cultura de Paz, Espiritualidade, Juventudes e Docentes da Faced/UFC. Seu grupo é referência por seu trabalho de disseminação e estudo da paz. Na quinta-feira (5), às 17h30, será lançado o livro - Cultura de Paz, Ética e Espiritualidade IV, organizado pela Profª Kelma. A obra reúne diversos artigos científicos resultantes de pesquisas de integrantes do grupo.
Agência da Boa Notícia - Como a UFC, por meio do grupo de pesquisa Cultura de Paz, Espiritualidade, Juventudes e Docentes da Faced, contribui para a formação de professores que levem o conceito de cultura de paz para as escolas (especialmente as públicas)?
Kelma Mattos - O Seminário Cultura de Paz, Educação e Espiritualidade tem sido um

momento para reunir professores, estudantes, pesquisadores, lideranças sociais, artistas, comunicadores que compartilham suas experiências na busca de promover a harmonia na sociedade.
ABN - Que frutos a Sra. pode destacar desse evento que chega à quarta edição este ano?
Kelma - O nosso grupo de pesquisa tem feito também um trabalho de extensão, levando os saberes sobre a paz, produzidos na UFC, para serem discutidos, vivenciados, em especial, com professores da escola pública.Temos realizado ações como oficinas, seminário de cultura de paz, análise de projetos a serem realizados nas escolas sobre cultura de paz, palestras e, em alguns casos, acompanhamento à implementação dessas propostas. Os educadores têm buscado novas formas de interagir com os jovens alunos, com seus pares, e também com a direção da escola. Ao mesmo tempo em que a violência é muito ressaltada na mídia, há experiências de paz nas escolas que precisam ser mais divulgadas. Apostamos, então, na esperança e na concretização dessas experiências exitosas que são partilhadas nas diversas edições dos nossos seminários. Esse é o quarto ano que realizamos esse evento, e desejamos que o número de docentes do ensino público cresça em quantidade e também em desejos de construir escolas de Paz.
ABN - Qual tem sido o maior desafio para fazer com que a Cultura de Paz realmente seja assimilada na rede escolar? E na sociedade?
Primeiro a compreensão do que é a paz. Trabalhamos ainda com muitas pessoas que acreditam que estar em paz é ser passivo, ficar quieto. É necessário conhecer o conceito de Paz Positiva em que os conflitos sempre vão existir. O que muda é a forma que utilizamos ao resolvê-los. Uma questão central a ser evidenciada é a importância do diálogo, das pessoas poderem se escutar mutuamente, mesmo que tenham opiniões diferentes. É essencial o respeito à diversidade. Para tanto, muitas vezes ultrapassada a compreensão de paz como passividade, não basta apenas entender a paz, é fundamental vivenciá-la no nosso cotidiano. Este é um grande desafio numa sociedade que nos empurra o tempo inteiro para o consumismo, a competitividade, o desrespeito à nossa própria humanidade. Há que se ter esperança e coragem para fazer diferente, pensar diferente e fazer do cotidiano um espaço de novas construções. Os desafios existem na sociedade. É importante reconhecê-los e desvendá-los, saber qual o sentido e mensagem que nos trazem e, partindo dessa reflexão, optarmos por sermos levados a reboque de um discurso pouco humanitário ou por uma prática que nos faça mais próximos de outras pessoas, que promova mais encontros, mais afetividade, mais respeito, mais construções democráticas. Assim, o saber produzido cientificamente não ficará trancafiado em determinados espaços, mas poderá ser partilhado por mais pessoas, adquirindo um sentido real, um significado vibrante nas nossas vidas.
INSCRIÇÕES
Interessados podem fazer a inscrição até esta terça-feira (3) no blog http://ufcculturadepaz.webnode.com.br. No mesmo endereço, está disponível a a programação detalhada do evento. A comissão organizadora solicita que no primeiro dia do encontro o participante faça a doação de um pacote de leite em pó e 1,5 litros de água mineral para entrega a pessoas necessitadas.
Mais informações: Elizângela Lima, da comissão organizadora – fone: 85 8840 7169 / culturadepazufc@yahoo.com.br
Boa Notícia
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