O objetivo da tecnologia é tornar a vida mais simples e prática. Assim, imagine o que ela poderia fazer por você quando chega do supermercado com as mãos ocupadas com pacotes e não pode pegar a chave de casa que está no bolso. Bom seria se, neste momento, a tecnologia "simplesmente" lhe abrisse a porta automaticamente, reconhecendo que o dono da casa acaba de chegar. Isso pode parecer uma coisa futurista demais ou aqueles detalhes de chamar atenção em filmes de ficção científica, mas já está ao alcance de qualquer pessoa nos dias de hoje.

O Smart Lock, da August, interage com o smartphone do usuário, que envia códigos para abertura da porta. Para a segurança do usuário, a comunicação entre a fechadura e o smartphone utiliza a mesma tecnologia dos serviços de internet banking
As fechaduras digitais são controladas por smartphones via Bluetooth ou conexão sem fio de internet Wi-Fi. Nessa comunicação sem fio feita por meio de um aplicativo, o telefone envia um código para a fechadura e, se estiver correto, ela abre a porta para o usuário. Isso já não é novidade no mercado de automação residencial. Mas, com o avanço de novos lançamentos, chegar (e entrar) em casa está virando algo mais sofisticado - e seguro. A fabricante Goji adicionou ao que já era comum a esse tipo de dispositivo - detectar quando o smartphone do dono da casa se aproxima da porta e abri-la com uma saudação em seu nome - a novidade de uma câmera integrada. Assim, a fechadura eletrônica pode tirar fotos de visitantes no momento de sua chegada para enviá-las ao smartphone do dono, avisando-o sobre a chegada dos convidados.
A fechadura eletrônica da Goji - que é vendida por US$ 299 no site gojiacces.com - também pode gerar senhas de entrada temporárias, que podem ser dadas a convidados pelo proprietário - e este pode monitorar e autorizar remotamente a chegada dos visitantes através da câmera. O recurso é útil pois elimina a necessidade de dar cópias de chaves a amigos ou prestadores de serviços (faxineiras e outros profissionais domésticos).
Se a porta contar com uma campainha digital como a SkyBell, o anfitrião pode não só ver os visitantes, como ouvi-los e saudá-los remotamente. A campainha custa US$ 199 na Amazon.com. Outro produto semelhante, a fechadura Smart Lock, da empresa August, também é acionada por um aplicativo instalado no smartphone e permite o envio de senhas temporárias a amigos convidados. A companhia destaca que a fechadura, vendida por US$ 199, utiliza a mesma tecnologia de comunicação segura usada por instituições financeiras em suas soluções de internet banking.
Potencial de popularização
Apesar de a tecnologia ter evoluído a ponto de estar mais acessível no custo, a automação residencial ainda não é amplamente usada no Brasil. Daí, a maioria dos produtos ainda não é encontrada facilmente no país. Citada em matérias feita pelo jornal Folha de S.Paulo, a Associação Brasileira de Automação Residencial (Aureside) estima que 300 mil imóveis no Brasil usem algum tipo de sistema de automação - como controles remotos para iluminação e outros aparelhos domésticos, sensores e termostatos eletrônicos para controle de temperatura. A entidade projeta o mercado potencial nesse setor em 1,5 milhão de casas. As maiores barreiras para o crescimento, segundo a Aureside, são a falta de conhecimento do consumidor sobre as tecnologias disponíveis - até mesmo por parte de profissionais da construção civil -, além da falta de profissionais capacitados para instalar e integrar os sistemas.

A fechadura eletrônica da Goji vem com câmera integrada. Ela reconhece o usuário que está querendo entrar na residência e emite uma saudação
Mas o segmento de tecnologia que envolve o conceito de "casa inteligente" ganha cada vez mais importância. Esse mercado deve ganhar mais impulso ainda com a tendência de popularização da chamada "internet das coisas" - dispositivos e máquinas conectados à internet em todos os lugares que trocam informações para facilitar a vida do usuário. Um exemplo dessa tendência de que os equipamentos de toda natureza, conectados à rede, estarão ao nosso redor no lar a serviço de nosso bem estar é a compra na semana passada, por parte do Google, da companhia Nest Labs, que atua no mercado de internet das coisas com a produção de equipamentos que conectam casas à internet. A gigante da internet desembolsou US$ 3,2 bilhões pela Nest.
Esse passo do Google mostra que muitas novidades na área de automação residencial e casa inteligente estarão a caminho. Com a mão do Google no negócio, esse tipo de tecnologia tende à popularização e estará cada vez mais presente em nos lares. De acordo com previsão da fabricante de equipamentos para redes Cisco, até o ano de 2020 existirão mais de 50 bilhões de aparelhos conectados, dedicados a automatizar casas, carros e empresas.
Diário do Nordeste
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