O número de pobres permaneceu estável em comparação com 2012.
SANTIAGO, 5 Dez - O desempenho econômico mais fraco e a alta do preço dos alimentos interromperam a queda na taxa de pobreza na América Latina, afirmou nesta quinta-feira o órgão econômico da Organização das Nações Unidas para a região.
A pesquisa anual da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) mostra que 27,9 por cento dos latino-americanos vivem na pobreza e outros 11,5 por cento estão em situação de extrema pobreza.
O número de pobres - cerca de 164 milhões de pessoas - permaneceu estável em comparação com 2012, tendo caído lentamente em termos percentuais. O total dos que vivem em extrema pobreza subiu levemente, para 68 milhões de pessoas.
De modo geral, as economias da região desfrutaram de crescimento vigoroso e aumento na renda dos trabalhadores na década de 2000, levando milhões a deixarem a pobreza, mas os ventos globais reduziram a expansão nos últimos dois anos.
A Cepal reduziu em julho para 3 por cento sua estimativa de crescimento regional em 2013 e alertou que as economias latino-americanas, impulsionadas pela exportação de commodities, precisam se diversificar para reduzir a dependência na demanda de China e Europa.
Além do impacto do desempenho macroeconômico nas taxas de pobreza, os custos da alimentação subindo acima da inflação afetaram especialmente os pobres, afirmou a Cepal, cuja sede fica no Chile.
Um número expressivo de pessoas ainda está sendo afetado por questões como a falta de acesso à água potável ou saneamento adequado, afirmou o órgão, enquanto a enorme desigualdade permanece como uma característica da região - apesar de algum progresso - em comparação com outras partes do mundo.
Entre os 11 países avaliados tanto em 2011 como em 2012, a Venezuela teve o maior sucesso na redução da pobreza, com a taxa caindo 5,6 pontos percentuais, ficando em 23,9 por cento.
A taxa de pobreza da Argentina, de 4,3 por cento, é de longe a mais baixa do grupo. O México teve o pior desempenho, com a pobreza subindo para 37,1 por cento, ante 36,3 por cento.
Reuters
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