Brasília. O secretário de Saúde de São Bernardo do Campo (São Paulo), Arthur Chioro, esteve na manhã de ontem com a presidente Dilma Rousseff acertando sua nomeação para o Ministério da Saúde, no lugar do ministro Alexandre Padilha, que deixará o cargo para disputar o governo de São Paulo. Com a decisão, a Pasta, que tem o maior Orçamento da Esplanada, continua nas mãos do PT.
Chioro é secretário de Saúde de São Bernardo e foi diretor do Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Ainda, ontem, Chioro teve encontro com Padilha para começar a discutir a transição na Pasta. Ele deve assumir no início de fevereiro, já que a presidente Dilma finalizará a reforma ministerial no final deste mês, quando voltar de viagem ao exterior.
Assim que deixar o Ministério, Padilha iniciará a campanha em São Paulo. A ideia é ressuscitar as antigas "caravanas" do PT, desta vez pelo interior paulista. O percurso, a ser feito de ônibus, começará pela região de Ribeirão Preto.
A presidente teria se encantado com Chioro ao participar da inauguração de um hospital em São Bernardo do Campo, no fim de 2013.
Trajetória
Ele foi diretor do Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde quando a Pasta era comandada pelo petista Humberto Costa. Nessa função, foi responsável pela implementação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A reforma ministerial será feita em duas etapas, uma em fevereiro e a outra no fim de março. Além de Padilha e de Gleisi Hoffmann (PT), que vai concorrer ao governo do Paraná e será substituída por Aloizio Mercadante na Casa Civil, a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) também deve deixar a pasta em fevereiro.
O titular do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, pediu a Dilma para ficar à frente do Ministério até o fim de março. Ele será substituído pelo empresário Josué Gomes da Silva, recém-filiado ao PMDB e presidente da Coteminas. Pela Lei Eleitoral, os ocupantes de cargos públicos que forem disputar as eleições têm até 5 de abril para pedir desligamento de suas funções.
Investigado
Arthur Chioro é alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo por improbidade administrativa. "O objeto da apuração é de possível violação ao princípio da administração pública, porque ele é secretário municipal e, concomitantemente, sócio majoritário da empresa Consaúde Consultoria, Auditoria e Planejamento LTDA., que presta serviço para diversos municípios, confrontando a Lei Orgânica de São Bernardo do Campo", informou a promotora Taciana Trevisoli Panagio.
Segundo o "Diário do Grande ABC" e o "Correio Braziliense", o inquérito civil público foi instaurado em setembro de 2013.
PSDB critica nome de Mercadante
As críticas a Mercadante foram publicadas no site do Instituto Teotônio Vilela, presidido pelo deputado federal Sérgio Guerra (PSDB) FOTO: DIVULGAÇÃO
Brasília Tucanos criticaram, ontem, a decisão da presidente Dilma Rousseff de colocar o atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para chefiar a Casa Civil.
Em artigo sem assinatura, replicado por integrantes do partido, publicado como "análise do Instituto Teotônio Vilela", o PSDB chama o ministro de "professor Mercadante" e cita seu suposto envolvimento na produção dos dossiês contra tucanos em 2006 como "atributos ímpares" para ajudar Dilma na disputa pela reeleição presidencial.
"O novo todo-poderoso ministro de Dilma tem atributos ímpares para exibir e que podem ser valiosos numa campanha eleitoral como a que se aproxima. Nunca se deve esquecer que foram assessores de Aloizio Mercadante que se envolveram na aloprada tentativa de incriminar tucanos com dossiês forjados em 2006, que terminou fracassada com a apreensão, pela Polícia Federal, de R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo. Trata-se de expertise preciosa dentro do modo petista de fazer política", diz trecho do artigo.
O texto destaca que a primeira mudança nas cadeiras ministeriais ressaltaria "a falta de critérios de mérito para o preenchimento das vagas" e que tudo estaria sendo feito com o objetivo de turbinar a reeleição de Dilma, sob tutela do ex-presidente Lula.
Diário do Nordeste
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