E já lá vão 22 anos que, semanalmente, um grupo cada vez mais diminuto de «avozinhas» se concentra em frente à embaixada japonesa em Seul, exigindo que lhes seja feita justiça. O protesto, organizado pelo Conselho das Mulheres Recrutadas para Escravatura Sexual, começou a ser realizado a partir do dia 8 de janeiro de 1992, aquando da visita do então primeiro-ministro japonês Kiichi Miyazawa a Seul.
Ao todo, foram 1.108 vezes que o grupo de antigas escravas sexuais se juntou todas as semanas, praticamente sem interrupção. As mulheres, que inicialmente tinham vergonha de aparecer em público, começaram a participar regularmente a partir da sétimo concentração. Entre as «pioneiras» deste protesto estavam Kim Bok-dong e Kim Won-ok (atualmente com 88 e 85 anos, respetivamente) e a elas se juntaram 200 ativistas e estudantes provenientes de todo o país.
Na quarta-feira, 22 de janeiro, ambas sopraram velas com voluntários, para assinalarem o 22º aniversário dos protestos, sempre em frente à embaixada japonesa. Entretanto, o governo japonês tentou bloquear os planos do governo sul-coreano de organizar uma exibição no decorrer de um festival internacional de banda desenhada em França, na qual foi exibida uma síntese desta luta pela reconquista da dignidade.
A exibição consistiu em vinte histórias de banda desenhada e quatro vídeos centrados no sofrimento das vítimas. A embaixada japonesa em Paris pediu à organização do festival que impedisse a mesma, argumentando ser «inapropriada» para um festival do gênero. Porém, os organizadores rejeitaram tal pedido. Decorre também nos Estados Unidos da América uma campanha de sensibilização sobre o tema das atrocidades cometidas pelas forcas japonesas durante a ocupação da Coreia, com o objetivo de incentivar as autoridades japonesas a um «ato de contrição», semelhante ao da Alemanha.
Fátima Missionária
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