Faltam luz, internet, sinal para celular e a cidade pode ficar sem água encanada por até três dias.
Manaus: região de extrema miséria. (Foto: Arquivo) |
Por Felipe Vanini*
A cidade de Manaus, que já foi uma das cidades mais avançadas do país na época do ciclo da borracha, entre o final do século 19 e o início do século 20, hoje enfrenta uma realidade de localidades de extrema miséria: faltam energia elétrica e água encanada e os serviços de telefonia celular e internet são intermitentes.
Em Manaus, as chuvas geralmente ocorrem em pancadas rápidas e muito fortes, o que deixa a cidade às escuras por períodos de até 24 horas. Isso seria ruim em qualquer cidade, mas num local onde as temperaturas mínimas variam entre 23 e 19 graus (geralmente pela manhã e madrugada) e as máximas oscilam entre 31 e 34 graus, à sombra, essa perspectiva se torna parecida com algum dos nove círculos do inferno de Dante.
No caso da água, quem mais sofre são as áreas periféricas, que não contam com os poços artesianos que abastecem os bairros de classe média e alta e chegam a amargar até três dias sem abastecimento. Já a má qualidade da internet e da telefonia móvel são justificadas pelas empresas pelo forte aumento da demanda dos últimos anos e pelo difícil acesso da região.
No período da Copa, o calor na sexta cidade mais populosa do Brasil e a maior da Região Norte é um dos mais altos do ano. É nesta época que acontece a transição entre as estações chuvosa e seca na cidade. O local receberá a partida entre as seleções da Inglaterra e Itália, uma das mais importantes da primeira fase do Mundial.
Além disso, interrupções e falta de sinal na telefonia móvel são problemas corriqueiros no dia a dia dos manauaras. A Prefeitura informou que está constantemente cobrando melhoria dos serviços prestados, mas que, na qualidade de cliente das concessionárias, não tem respaldo legal para exigir correções mais rápidas. A Amazonas Energia, concessionária no Estado, que é controlada pela Eletrobras, não respondeu aos pedidos de esclarecimento do EL PAÍS.
* Felipe Vanini é correspondente em São Paulo do El País onde esta reportagem foi publicada originalmente.
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