15/01/2014

Vítimas da ditadura argentina recorrerão contra Mercedes Benz

Buenos Aires - Familiares de vítimas e ex-trabalhadores da Mercedes Benz Argentina recorrerão a organismos internacionais contra a montadora alemã, acusada por eles de cumplicidade com a ditadura, após uma decisão contrária da Corte dos Estados Unidos, indicou nesta terça-feira seu representante legal. 

"O próximo passo é recorrer a organismos internacionais, pode ser à Corte Interamericana de Direitos Humanos ou diretamente às Nações Unidas", afirmou Eduardo Fachal, advogado dos parentes dos denunciantes na Argentina. 

Fachal, que também trabalhou entre 1974 e 1985 na Mercedes Benz Argentina e foi líder sindical, manifestou uma "decepção muito grande" com a decisão adversa da Suprema Corte dos Estados Unidos. 

A corte americana decidiu nesta terça que a gigante alemã Daimler AG não pode ser responsabilizada na justiça desse país pelas "supostas" violações dos direitos humanos cometidas por sua filial Mercedes na Argentina durante a ditadura (1976/83). 

Um grupo de ex-trabalhadores da filial argentina havia apresentado uma queixa acusando a empresa de cumplicidade na detenção e no posterior desaparecimento de 14 funcionários em 1977, identificados pela direção como agitadores. 

Os demandantes recorreram a duas leis americanas para serem indenizados por danos morais pela matriz da Mercedes.
AFP
Dom Total

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