História é contada em exposição aberta ao público no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro.
A partir da segunda metade do século 19, o Brasil se tornou o destino de milhares de imigrantes europeus, que fugiam dos problemas políticos, econômicos e sociais do velho continente, e saíam em busca da prosperidade nas Américas. Um dos mais importantes fluxos foi o da imigração alemã, e em decorrência disso, o Brasil tem, atualmente, cerca de 5 milhões de pessoas de ascendência germânica.
Parte da história dessa imigração está contada em uma exposição aberta ao público, no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro. Brasil-Alemanha: uma história centenária contada pelo mar, descreve em pôsteres, filmes e maquetes de navios os 142 anos de atuação, no país, da empresa alemã de transporte marítimo Hamburg Süd. A mostra faz parte da programação do Ano da Alemanha no Brasil.
Fundada em 1871 e com sede na cidade portuária de Hamburgo, a transportadora foi uma das acionistas majoritárias da Companhia Colonizadora Hanseática, que desenvolveu a colonização alemã no estado de Santa Catarina. A imigração foi mais intensa no final do século 19 e início do século 20, com destaque para as décadas de 1920 e 1930 - período entre a primeira e a segunda guerras mundiais.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil recebeu, na época, 102 mil imigrantes de origem alemã, originários da própria Alemanha e dos países vizinhos de língua germânica, como a Áustria e parte da Suíça. "Não é possível mensurar um número exato de imigrantes, que vieram nos navios da Hamburg Süd", afirma o diretor-superintendente da empresa, Julian Thomas. Segundo ele, os principais portos de desembarque dos imigrantes, além dos da Região Sul, foram os de Santos, do Rio de Janeiro e Recife.
A derrota alemã nas duas grandes guerras afetou duramente os negócios da Hamburg Süd, que perdeu a totalidade de seus navios - confiscados pelos vencedores dos conflitos - tendo que reiniciar do zero. "Os bens da empresa no Brasil não foram confiscados durante a Segunda Guerra, mas na época do nazismo, o serviço da Hamburg Süd para o país foi suspenso", conta Julian Thomas.
Na exposição, que tem curadoria do museólogo alemão Carsten Jordan, os visitantes podem consultar as listas de passageiros que embarcaram no Porto de Hamburgo e ver maquetes de navios. A mostra, já exibida em São Paulo, fica em cartaz até 30 de março, e depois seguirá, no decorrer do ano, para Santos (SP) e Porto Alegre.
A entrada é grátis, e a visitação é de terça-feira a domingo, das 12h às 19h. O Centro Cultural Correios fica na Rua Visconde de Itaboraí, 20, no centro do Rio.
Agência Brasil
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