É fundamental entender que a ressurreição de Cristo significa ressurreição do mundo e das pessoas.
Amar com ardor significa ser capaz de apoiar-se em Deus e de ter uma esperança fundada na ressurreição de Jesus.
Por Dom Paulo Mendes Peixoto*
Aproxima-se mais uma solenidade da Ascensão do Senhor, um fato que marca sensivelmente o período pascal. Voltando ao Pai, Jesus realiza, com total plenitude, a Aliança que Deus fez com Abraão no início do projeto de construção de um Povo que fosse sinal de vida e libertação para o mundo. Com isto, as portas da eternidade se abriram para as realidades do ser humano.
As primeiras comunidades cristãs entenderam as propostas do Reino de Deus, porque entre elas, teve destaque a presença do Espírito Santo como guia, abrindo caminhos para a prática da fraternidade. E crescia entre os cristãos o ardor pelo seguimento de Jesus Cristo. O amor supõe doação e vontade de fazer o bem e construir as condições para que a vida seja respeitada com dignidade.
A vida humana nunca é completa sem abertura para o Transcendente, para o Espírito que sopra a força transformadora que causa ardor pelo bem e pela construção de uma sociedade saudável. É o Espírito da paz, de superação de todo tipo de violência causadora de tantas mortes, como acontece hoje, e de desrespeito para com os seres humanos criados para sua realização e a felicidade.
Amar com ardor significa ser capaz de apoiar-se em Deus e de ter uma esperança fundada na ressurreição de Jesus Cristo. Um ditado popular anuncia “que é melhor morrer fazendo o bem do que fazendo o mal”. É fundamental entender que a ressurreição trazida por Cristo significa ressurreição do mundo e das pessoas. Para isto é necessário superar todo tipo de litígio com aquilo que nos cerca.
Sabemos não ser tão fácil amar a quem não nos ama, amar a quem não está convencido da importância dos gestos ardorosos presentes na intimidade das pessoas. Somos fruto do ambiente em que vivemos principalmente do seio familiar. Muitas famílias não conseguem trabalhar o verdadeiro amor na vida dos filhos, deixando-os insensíveis para praticar atos que elevem a sua e a vida dos outros. Em vez de amor, optam pela agressão e ofensas incabíveis.
CNBB, 19-05-2014.
*Dom Paulo Mendes Peixoto é arcebispo de Uberaba (MG).
Nenhum comentário :
Postar um comentário