O trabalho forçado atinge cerca de 21 milhões de pessoas em todo o mundo. Os lucros ilícitos gerados chegam a 150 bilhões de dólares, dois terços dos quais provenientes da exploração sexual. É o que revela o Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) intitulado “Lucro e pobreza, a economia do trabalho forçado”.
Mais da metade são mulheres e jovens, exploradas sexualmente e no trabalho doméstico. Os homens e jovens, por sua vez, são explorados nos setores de construção, mineração e agrícola. O Papa Francisco define o trabalho forçado como “uma chaga, um crime contra a humanidade”. É alta a demanda, altos os preços e baixo o custo operacional destas atividades. Duas são as causas principais, segundo explicou à Rádio Vaticano, o Diretor da OIT Itália, Luigi Cal:
“A pobreza e o choque repentino no que diz respeito à renda que uma família ou pessoas são submetidas. Depois, naturalmente, a falta de instrução, o analfabetismo e a migração em geral. Lá onde, especialmente em muitos países do terceiro mundo, não existe nenhuma proteção social de base, isto se torna logo um problema”.
Dado novo e importante deste relatório é o cálculo do lucro de tudo isto, isto é, cerca de 150 bilhões de dólares anuais, concentrados na Ásia-Pacífico, a seguir os países desenvolvidos, a Europa Central, a área da ex-União Soviética, a África, América Latina e Oriente Médio:
“Se descobre que este fenômeno ocorre pelas mãos de sujeitos que poderiam ser máfias, organizações criminosas, etc. Uma grande quantidade de recursos que são também muito negativos, tanto para as empresas quanto para o desenvolvimento. A OIT procurou colocar isto em evidência justamente para denunciar um circuito totalmente ilegal, fora de controle”
O que fazer, então? Se progressos têm sido feitos na redução do trabalho forçado imposto pelos Estados, diz a OIT, é necessário agora concentrar-se nos fatores sócio-econômicos que tornam as pessoas vulneráveis. Assim, é necessário mais proteção, acrescenta a Organização, mais informação, mais controle e mais assistência para as vítimas, aquela “proximidade” que o Papa Francisco sugere que seja unida às estratégias:
“A OIT está em absoluta sintonia com o Papa Francisco sobre este tema, porque a OIT convida, por exemplo, também as organizações dos trabalhadores, assim como as empresas, mas sobretudo as organizações de trabalhadores, os sindicatos que podem estar próximos para ver este mundo de exploração do trabalho forçado. A OIT os convida justamente para prepararem-se de maneira extraordinária para enfrentar este fenômeno. E devo dizer, também por experiência pessoal, que muitos sindicatos no mundo estão fazendo uma grande operação benéfica: me refiro sobretudo aos sindicatos dos trabalhadores agrícolas, na África; aos sindicatos dos trabalhadores têxteis na Ásia, como o caso de Bangladesh, etc”. (JE)
Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2014/05/20/organiza%C3%A7%C3%A3o_mundial_do_trabalho:_21_milh%C3%B5es_de_pessoas_submetidas_a/bra-800790
do site da Rádio Vaticano
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