Juliano Paiva*
A imagem do final de semana é a invasão de campo da torcida do Manchester City que conquistou sua segundaPremiere League em três anos. Os torcedores não se contiveram e invadiram o gramado, querendo apenas demostrar a sua paixão pelo clube e também agradecer aos jogadores. Alguns tentavam tirar selfie com os atletas, outros simplesmente abraçavam e beijavam os heróis do quarto título inglês da história do clube de Manchester.
Emocionante! Isso é a razão de ser do futebol. A paixão de uma torcida pelo seu clube não tem preço. Como de costume, os torcedores do City ainda cantaram o clássico “Hey Jude”, dos Beatles, colocando o “City” no lugar de “Jude”, um espetáculo para quem ama o futebol.
Confesso que estava torcendo para que o Liverpool levantasse a taça nesta temporada pelo mesmo motivo que torci pelo City há dois anos. Em 2012, os Citizens quebraram um jejum de 44 anos sem ser campeão inglês. A seca do Liverpool já dura 24 anos. A festa dos torcedores do City neste domingo foi tão intensa como há de dois anos.
Que isso sirva de inspiração para os clubes brasileiros no quesito "vontade de ser campeão", em especial Atlético e Internacional. Manchester City e Liverpool brigaram ponto a ponto pela Premiere League, tudo para dar alegria a seus milhões de fãs. Galo e Colorado são os dois gigantes há mais tempo sem ser campeão brasileiro, 43 e 35 anos respectivamente. Que, em breve, haja também uma bonita invasão de campo em solo brasileiro. Seja do Atlético, do Inter ou de qualquer outro clube com torcida apaixonada. Claro, que ela seja pacífica e com festa como foi em Manchester.
Sobre o clássico
O melhor do clássico foram os gols. Finalmente Atlético e Cruzeiro conseguiram sair do zero em 2014. Melhor para o Galo que venceu de virada. Quanto às polêmicas, realmente, a bandeirinha Fernanda Colombo Uliana errou ao dar impedimento de Alisson.
Já Heber Roberto Lopes acertou ao não marcar o pênalti quando Otamendi tenta cortar e coloca a mão na bola dentro da área. Luan, que poderia ter prosseguido em direção ao gol, preferiu reclamar e foi desarmado. Outro lance polêmico foi o segundo gol do Atlético, originário de uma penalidade que há juízes que marcam e outros que não. Heber Roberto Lopes marcou.
Como desvalorizar o Campeonato Brasileiro
Você sabe como desvalorizar o Campeonato Brasileiro? Pergunte à CBF, ela sabe. Menos de um mês depois das finais dos Estaduais, acontece uma rodada recheada de clássicos. Acrescente o fato de que neste domingo comemorava-se o Dia das Mães. Resultado? Clássicos com públicos decepcionantes por todo o país.
Para quem não se lembra, há vários jogos disputados às 22h em dias úteis, data Fifa e também aos sábados, às 21h, no que ficou conhecido como “Os Embalos de Sábado à Noite”! No ano passado, a proeza foi ainda maior. A primeira rodada do Brasileirão aconteceu no mesmo dia que a final daChampions League, entre Borussia Dortmund e Bayern de Munique. E, pode ter certeza, isso só não aconteceu esse ano devido à obrigação de se antecipar o início do Nacional por causa da Copa do Mundo.
Cruzeiro é forte no Mineirão
Que o Cruzeiro é forte no Mineirão ninguém dúvida. Os números provam isso. Desde a reinauguração em fevereiro de 2013, foram apenas duas derrotas, para o São Paulo e o Bahia. O time azul tem incríveis 87,7% de aproveitamento nos 38 jogos que disputou no novo Gigante da Pampulha.
Na atual temporada está invicto. Em 12 partidas, a Raposa venceu nove e empatou três vezes. O aproveitamento é de 83,3% dos pontos disputados em 2014. Quer mais números positivos do Cruzeiro no Mineirão? A equipe mineira ganhou 68,4% dos jogos por um resultado que o classificaria para a semifinal no duelo contra o San Lorenzo, da Argentina.
Portanto, nada mais natural do que esperar pela classificação celeste na quarta-feira. O problema é que tem um argentino no meio do caminho. E justo um que nunca levou a taça e é obcecado por ela. Mas não há como não apostar no Cruzeiro. Em condições normais, a partida pode ser decidida ainda no primeiro tempo a favor da Raposa. Ao San Lorenzo resta a garra portenha e, possivelmente, um ferrolho que irrita todos os que gostam do bom futebol.
Juliano Paiva escreve toda segunda-feira no DomTotal.com
É jornalista formado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente editor do Dom Total, Paiva trabalhou nos jornais O Tempo, Hoje em Dia e no extinto Diário da Tarde, tradicional periódico de Belo horizonte fechado pelos Associados Minas em julho de 2007. No DT, começou como repórter da editoria Cidades, mas, na época do fechamento do jornal, fazia cobertura esportiva. Também foi responsável pela cobertura de jogos do Campeonato Brasileiro para a Folha de São Paulo no segundo semestre de 2007.
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