O gado pastoreado na metade ocidental dos Estados Unidos emprega enormes superfícies de terra.
O gado bovino demanda 28 vezes mais terra e 11 vezes mais irrigação que os suínos e as aves, e uma dieta com sua carne é dez vezes mais custosa para o meio ambiente, segundo um estudo publicado esta semana pela revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, a “PNAS”.
A equipe observou as cinco fontes principais de proteínas na dieta dos americanos: produtos lácteos, carne bovina, carne de aves, carne de suínos e ovos. O propósito era calcular os custos ambientais por unidade nutritiva, isto é uma caloria ou grama de proteína. A composição do índice encontrou dificuldades dada à complexidade e variações na produção dos alimentos derivados de animais.
Por exemplo, o gado pastoreado na metade ocidental dos Estados Unidos emprega enormes superfícies de terra, mas muito menos água de irrigação que em outras regiões, enquanto o gado em currais e alimentado com ração consome principalmente milho, que requer menos terra, mas muito mais água e adubos nitrogenados.
A informação que os pesquisadores usaram como base para seu estudo proveio, majoritariamente, dos bancos de dados do Departamento de Agricultura.
Os insumos agropecuários levados em consideração incluíram o uso da terra, da água de irrigação, das emissões dos gases que contribuem ao aquecimento atmosférico, e do uso de adubos nitrogenados.
Carne ‘cara’
Os cálculos mostraram que o alimento humano de origem animal com o custo ambiental mais elevado é a carne bovina: dez vezes mais alto que todos os outros produtos alimentícios de origem animal, inclusive carne suína e de aves. “O gado requer, na média, 28 vezes mais terra e 11 vezes mais água de irrigação, emite cinco vezes mais gases e consome seis vezes mais nitrogênio que a produção de ovos ou carne de aves”, indica o estudo.
Por seu lado, a produção de carne suína ou de aves, os ovos e os lácteos mostraram custos ambientais similares. Os autores se mostraram surpreendidos pelo custo ambiental da produção de lácteos, considerada em geral menos onerosa para o ambiente.
Se for levado em conta o preço de irrigação e os adubos que se aplicam na produção da ração que alimenta o gado bovino para ordenha assim como a ineficiência relativa das vacas comparadas com outros bovinos, o custo ambiental dos lácteos sobe substancialmente.
A pesquisa foi conduzida por Ron Milo do Instituto Weizmann de Ciência, em Rehovot (Israel), com a colaboração de pesquisadores do Centro Canadense de Pesquisa de Energias Alternativas, do Conselho Europeu de Pesquisa, e Charles Rotschild e Selmo Nissenbaum, do Brasil.
Ambiente Brasil
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