31/07/2014

Presidenciáveis apresentam propostas para os industriais

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Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), os três primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto, falaram, entre outros temas, sobre reforma tributária
FOTOS: CNI/ JOSÉ PAULO LACERDA
Brasília. No primeiro evento com os três principais candidatos à Presidência da República, realizado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o empresariado brasileiro ouviu de todos os postulantes promessas de uma reforma tributária que desonere e simplifique a vida do setor até 2018.
Apesar de nenhum governo até hoje ter tido sucesso na iniciativa, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse que priorizará a reforma em um eventual segundo mandato, enquanto Eduardo Campos (PSB) garantiu uma reforma logo no primeiro ano de governo. Aécio Neves (PSDB) falou por iniciar uma "simplificação" do sistema tributário.
Os empresários haviam apresentado aos candidatos o que chamaram de "ambiente propício para o crescimento de forma sustentada", sintetizado no documento "Propostas da Indústria para as Eleições de 2014".
As promessas foram bem recebidas pelos representantes da indústria, um dos setores que mais sofrem com o crescimento menor que vem sendo registrado no país e que vem tendo queda gradativa de participação no PIB, de 25% na década de 1980 para 13% agora.
As queixas mais recorrentes sobre a desindustrialização - o baixo nível de investimento, o complexo e pesado sistema tributário, a infraestrutura deficiente e os custos salariais que crescem mais que a produtividade - foram ouvidas pelos candidatos nas perguntas feitas pelos empresários e tratadas com promessas de respostas rápidas.
Assim como os demais candidatos, Dilma destacou que a força de um governante no primeiro ano de mandato é um facilitador na tomada de decisões polêmicas. Ela disse que num segundo governo dará prioridade a uma reforma tributária, executada de forma global ou fatiada.
"No primeiro ano os governos têm maior força política. Nós daremos prioridade, como sempre demos, à agenda da reforma tributária, tentaremos sempre uma reforma abrangente", disse. Iremos perseguir essa reforma mesmo quando a conjuntura não for a mais favorável: tendo como base a simplificação e a desburocratização.
O candidato de oposição Aécio Neves assumiu o compromisso de apresentar ao Congresso Nacional uma proposta de simplificação do sistema tributário.
"Vamos enfrentar a simplificação do sistema tributário na largada do governo", garantiu. Segundo o tucano, em um eventual governo do PSDB, não faltará "coragem desde o primeiro dia de governo para tomar as medidas necessárias para que o Brasil encerre esse ciclo perverso e possa apontar para um longo ciclo de crescimento sustentável, de geração de renda e de desenvolvimento social".
Após cerca de dez dias de desgaste diário na imprensa, o candidato do PSDB optou por uma política de redução de danos e resolveu admitir, pela primeira vez, que pousou "algumas poucas vezes" no aeroporto de Cláudio, no interior de Minas Gerais.
Ele vinha sendo questionado pelo uso da pista que ainda não é homologada pela Anac e por isso não poderia ser usada por aviões, apenas helicópteros. Aécio, quando governador de Minas, desapropriou terras de seu tio-avô e transformou ali, com dinheiro público, uma pista de pouso de terra existente em uma asfaltada para a aterrissagem de aviões de pequeno porte.
O PSDB informou ontem que vai entrar com uma ação para questionar a ida de vários ministros do governo federal ao evento da CNI.
Já Campos afirmou que seria o primeiro presidente a não aumentar impostos caso seja eleito. E foi aplaudido ao assegurar a reforma que, em seu modelo, terá alguns pontos em vigor imediatamente e outros a serem discutidos. Segundo o candidato do PSB, é preciso colocar o foco na produtividade. "Temos que mudar o sistema tributário arcaico. A reforma não saiu durante o governo FHC e também no governo Lula, por conta da divisão federativa. Serei o presidente que irá enviar no primeiro ano o projeto de reforma tributária, vou tomar conta da articulação pessoalmente", prometeu.
Industriais que foram ao evento preferiram não declarar publicamente em qual candidato pretendem votar. "Acredito que os três se apresentaram de forma positiva para o setor produtivo", disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Luiz Moan.
Diário do Nordeste

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