No total, 67 cidades decretaram situação de emergência no estado.
São 14.046 desalojados e 1.624 desabrigados na manhã desta sexta (4).
Aumentou o número de municípios atingidos pela chuva dos últimos dias no Rio Grande do Sul. Segundo o último boletim da Defesa Civil, divulgado às 7h desta sexta-feira (4), o total de municípios afetados chega a 115. Destes, 67 decretaram situação de emergência e dois estado de calamidade pública (Iraí e Barra do Guarita). Pela noite de ontem, a contagem apontava 110 cidades gaúchas prejudicadas e 58 em estado de emergência.
O número de pessoas atingidas por enchentes e enxurradas aumentou também para 15.670. São 14.046 desalojados e 1.624 desabrigados no estado. Além das regiões Norte e Noroeste, a Fronteira Oeste também sofre com os efeitos do excesso de chuva. Até agora, o órgão confirmou duas mortes e emitiu alerta para uma pessoa desaparecida, que é a mulher do homem de 56 anos que foi encontrado na quinta (3) no interior de Arroio do Tigre, no Vale do Rio Pardo. O Corpo de Bombeiros faz buscas na região.
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Situação é crítica no interior do estado
De acordo com a Brigada Militar de Ibarama, na Região Central do Rio Grande do Sul, o vento forte e a chuva, acompanhada de granizo, destelharam várias casas do município de 4,3 mil habitantes, situado a cerca de 250 quilômetros de Porto Alegre. Não há registro de feridos.
A força dos ventos arrancou a cobertura de um posto de combustíveis, próximo à entrada da cidade. A estrutura de metal caiu sobre dois carros que estavam estacionados. Uma carreta que estava no local também virou com a ventania. Ainda conforme a Brigada Militar, há postes e árvores caídas sobre as ruas, e o abastecimento de energia elétrica foi cortado na cidade.
A prefeitura já começou a distribuir lonas para os moradores que tiveram as casas destelhadas. A orientação do Executivo para os moradores que precisam de ajuda é para que procurem a Secretaria Municipal da Assistência Social.
A cheia também obrigou moradores de Itaqui, na Fronteira Oeste, a transportar casas inteiras com a ajuda de tratores e retroescavadeiras na tentativa de escapar dos alagamentos. O município, que fica a 730 quilômetros de Porto Alegre, é o mais prejudicado pela cheia do Rio Uruguai. São 9.780 pessoas desabrigadas ou desalojadas, o que corresponde a cerca de um quarto da população total do município.
Na cidade, além dos transtornos e prejuízos causados pelas cheias, moradores também têm outra preocupação neste momento difícil: os saques. Muitos fazem vigília durante a noite em frente a casas desocupadas para evitar que os seus pertences que não foram danificados pela água sejam roubados.
Porto Alegre e Região Metropolitana também sofrem com temporal
A chuva intensa que caiu em Porto Alegre desde a noite de quinta-feira (3) até a manhã desta sexta (4) provocou pelo menos 15 alagamentos em ruas e avenidas da cidade. Em poucas horas, choveu 70 mm, o que representa mais da metade da média do mês. Segundo o Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (Ceic), a Zona Norte foi a mais afetada pela chuva. Veja todos os pontos alagados na capital.
A Rua Visconde do Bom Fim está com uma residência inundada e a rua Bento Oliveira está alagada. A avenida Sertório, no trecho próximo ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, está alagada. O trecho que liga a avenida Loureiro da Silva a João Pessoa, está alagado. O cruzamento da avenida Farrapos com a Ceará é considerado um dos pontos mais críticos, o local está totalmente debaixo d'água.
Na Zona Sul, a situação é complicada na avenida Tramandaí, que está alagada. No bairro Belém Novo, foi registrado uma queda de árvore na rua Marechal Pinheiro Ávila. No bairro Petrópolis, a água entrou em uma residência na rua Guilherme Alves, próximo ao número 225.
Segundo o Corpo de Bombeiros os bairros Lomba do Pinheiro e Sarandi apresentam os maiores problemas de alagamentos.
Em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre, mais de cem casas ficaram alagadas na madrugada desta sexta-feira (4) em , após um gerador explodir e parar de bombear a água da chuva. Dois bairros estão no meio da água, e moradores tiveram de deixar as casas.
“Minha casa já está na agua. Faz 30 anos que estamos nessa luta”, lamento o morador Antônio Cesar Cardoso.
O incidente ocorreu por volta da 1h. Os bairros atingidos são Imbuí e Jardim América. Nas ruas, a água passa da altura dos joelhos.
“Houve uma fatalidade. Estourou o gerador que puxa essa água para fora e incendiou. Estamos fazendo agora a troca desse gerador. As residências foram muito afetadas, mas a fatalidade aconteceu. A chuva veio em um volume alto e estamos bem assustados”, diz o coordenador da Defesa Civil de Cachoeirinha, Fernando Kern.
Os moradores esperam na rua o nível da água baixar. “Se a água daqui não for bombeada para o outro lado do rio, nós ficamos prisioneiros da água”, diz o engenheiro Rogério Bali.
Já em Viamão, pelo menos 60 casas foram invadidas pela água da chuva que caiu desde a noite de quinta-feira (3) até a manhã desta sexta (4). Segundo a Defesa Civil, a área mais atingida é na Vila Augusta, próximo ao Arroio Feijó.
A Defesa e os Bombeiros ajudam as pessoas a saírem de casa. Eles afirmam que mais de 100 precisaram deixar as residências. Segundo o Corpo de Bombeiros, os principais problemas estão na avenida Osvaldo Godoy Gomes, que é dividida por uma valão.
Acumulados de chuva
Das 21h de quinta-feira (3) até às 7h desta sexta-feira (4) choveu 91,6 milímetros em Porto Alegre, o equivalente a 75% da média do mês de junho, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O normal de chuva para esta época do ano é de 121,7 milímetros. O maior acúmulo na capital neste ano tinha sido registrado em fevereiro com 32,8 milímetros. Veja todos os pontos alagados na capital.
No período de 10 horas choveu 47,2 milímetros em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. Em Tramandaí, no Litoral Norte, o acúmulo de água foi de 43,8. Em Campo Bom, no Vale dos Sinos, a chuva representou 22% da média do mês.
Segundo o Inmet, em Caçapava do Sul, na Região Central, choveu 27 milímetros. Em São Gabriel, na Região da Campanha, o acúmulo foi de 17,8. Em Teutônia, no Vale do Taquari, a chuva representou 11% da média do mês.
A previsão é de que continue chovendo até o fim da tarde. À noite não tem previsão de chuva para Porto Alegre. No sábado, também não deve chover e fica muito abafado, máxima de 29°C. No domingo é que a instabilidade volta e a previsão é de mais um dia fechado e a temperatura varia entre 11°C e 17°C.
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