O padre Miguel Ribeiro, dos Missionários do Espírito Santo, explica à Agência ECCLESIA como se realizam as semanas missionárias dos Jovens Sem Fronteiras em Portugal e a Ponte, o mês de missão ad gentes, este ano na Guiné-Bissau.
“As semanas missionárias acontecem a partir de convites que partem de organizações, párocos ou então pessoas ligadas a aldeias. Não conseguimos responder a todos e alguns estão em banho-maria há algum tempo, outros entendemos que são uma prioridade e vão ao encontro do que podemos fazer”, revela.
Neste tempo de férias missionárias, “que não é algo que se faz todo o ano”, proporciona-se “um encontro diferente com o próprio Cristo, que estes jovens transportam e também recebem”, desenvolve.
Para o sacerdote, que descobriu a sua vocação depois de uma Semana Missionária, em 1995, e duas Pontes em Angola, as semanas missionários alteram a rotina das aldeias/vilas e mexem “com as pessoas”: “Os idosos parecem que ganham uma nova vida e as crianças a partir do momento que começam a conhecer os jovens já não os largam”.
A participação ativa na vida da comunidade, que acolhe os Jovens Sem Fronteiras (JSF), é uma proposta que realiza-se através de encontros com os idosos, jogos com as crianças e os jovens, animação de rua, de festas e da liturgia, como a Eucaristia e a oração do Terço, são algumas das propostas presentes nos programas das semanas missionárias em Portugal.
“Muitas vezes são aldeias que também ganham uma nova vida com emigrantes que regressam no mês de agosto e tudo conjugado há ali algo que é próprio de férias, um tempo diferente mas ao mesmo tempo com um testemunho de vida cristã de jovens”, observa o padre Miguel Ribeiro.
Os JSF, uma associação juvenil ligada aos Missionários do Espírito Santo (Espiritanos), dedicam desta forma parte das suas férias de verão a duas atividades que dão continuidade ao trabalho desenvolvido durante o ano nas paróquias: As Semanas Missionárias e o projeto Ponte, este ano na Guiné Bissau.
Para além da missão, do serviço e do anúncio, outra característica das semanas missionárias é proporcionar aos jovens uma experiência de vida em comunidade, 10 dias que os preparam para o projeto Ponte, “que também tem as suas dificuldades”, com a duração de 30 dias.
“É o sentir que a missão não tem barreiras geográficas. É preciso passar por estas etapas e alguns depois da ponte estendem o projeto por um ano, dois ou para o sacerdócio”, comenta o padre Miguel Ribeiro.
Segundo o missionário Espiritano esta experiência abre “novos horizontes” para outras “realidades culturais completamente diferentes” e “põe em causa certos valores” que obrigam ao questionamento.
“Ao mesmo tempo esta valorização pessoal de quem parte para África, ou outro lugar, traz um retorno enorme às próprias comunidades paroquiais. Abre uma comunicação com outra comunidade que às vezes acaba em germinações, que são um bem enorme para a Igreja”, disse o padre Miguel Ribeiro.
HM/CB/OC
Agência Ecclesia
Nenhum comentário :
Postar um comentário