06/12/2014

Advento, tempo de paciência divina


Mesma com as infidelidades contínuas de nossa parte, Deus está usando de paciência conosco.





O limite de tempo para Deus é ilimitado. Pedro lembra: “Para o Senhor, um dia é como mil anos e mil anos como um dia” (2 Pedro 3,8). O que conta para o Criador é o bem da criatura e sua paciência para compreender-nos, dar oportunidade de conversão e melhoria de vida em vista de nossa realização plena. Porém, nosso limite é finito aqui na terra, para demonstrarmos nossa gratidão e esforço para correspondermos a seu amor. Ele nos dá ensejo para termos o gosto de colocar nossa parte na aceitação e prática de sua vontade. A terra é nosso limite, mas o céu prometido é ilimitado. Vale a pena colocar nosso esforço no tempo limitado, procurando o projeto eterno sem fim.


Como o ser humano preferiu ajustar-se ao próprio voluntarismo, contrastando com o projeto divino e deixando-o de lado, o próprio Deus retoma seu plano de amor para nos beneficiar, preparando o caminho, através de profetas e pessoas justas para nos dar esperança de vida nova: “Eis que o Senhor Deus vem com poder, seu braço tudo domina: eis, com ele , sua conquista, eis à sua frente a vitória” ( Isaías 40,10). De fato, o Emanuel é anunciado como Aquele que ajusta os passos da humanidade, na direção de sua realização. Sem Ele o ser humano caminha para o abismo de sua ruína. Colocando-se no lugar de Deus, o homem se desumaniza, estraga a natureza e promove as maiores injustiças. Tudo isso o faz romper com o projeto divino.


Mesma com as infidelidades contínuas de nossa parte, Deus “está usando de paciência para convosco, pois não deseja que alguém se perca” (2 Pedro 3,9). O Deus-conosco, nascido em nossa tenda, mostra-nos o que fazer para refazer nossa caminhada existencial com sentido, revitalizando a história com as coordenadas da justiça misericordiosa e do amor. Sem isso há a degradação do coração humano, tornando-o desumano e a vida sem sentido. Os bens materiais, a cultura, a ciência, a economia e todo tipo de desenvolvimento não atingem seus objetivo se não forem usados com as coordenadas divinas, que nos mostram a relatividade de tudo, em vista do objetivo da existência.


Enquanto temos tempo na vida aqui e agora, é importante aceitarmos o projeto divino, mesmo dentro de nossas fragilidades e de nossos limites. Deus é misericordioso. Perdoa-nos, mas quer ver o esforço para tentarmos sempre mais acertarmos os nossos com os passos do Filho, que vem a nós no Natal. Não é um dia, mas um fato, que acontece, quando nos preparamos para aceitar que Ele modifique nossa vida. João, o Batista, chama-nos a atenção para nos prepararmos: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!” (Marcos 1,3). Que tipo de preparação? Rever se estamos acertando nossos passos com os apresentados pelo Filho de Deus. A oração, a penitência, a revisão de vida, a Palavra de Deus meditada e praticada, os dons sacramentais assumidos, a fraternidade vivenciada, a justiça realizada, a inclusão dos empobrecidos trabalhada, a caridade privilegiada, o diálogo na família, no trabalho e na sociedade acontecido…


A paciência de Deus nos empolga, sabendo que Ele é bondoso, justo e condescendente, mas quer ver nossa parte de tentativa de acertar com suas propostas de amor para nosso bem.


O Advento é momento forte de melhor orientação de nossa vida para aceitar Aquele que vem nos dar garantia de vida plenamente realizadora!


CNBB, 04-12-2014.

 



http://goo.gl/EKSTJO

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