14/12/2014

Slater dá show, mas condições ruins adiam bateria de Medina em Pipeline


Americano vence havaiano Reef Mcintosh na repescagem, avança à terceira fase e


segue na luta por 12º título mundial. Pupo, Filipinho e Jadson também se classificam





Por Carol FontesDireto de Oahu, HavaíBATERIAS DA SEGUNDA RODADA







Após perder na estreia para o australiano Adam Melling, com uma virada nos últimos segundos,Kelly Slater deu um show na repescagem para a terceira fase e continua vivo na luta pelo 12º título mundial, no Havaí. No entanto, se Gabriel Medina avançar para a quarta fase, acaba com as chances do americano. O vento forte atrapalhou os surfistas na última etapa do Circuito Mundial de Surfe (WCT), em Pipeline, e a organização optou por paralisar as disputas após a segunda fase, em um dia ensolarado de ondas pesadas, de 5 a 6 metros. Slater foi um dos que reclamaram das condições ruins e contou que preferia não ter competido. Alguns atletas se machucaram na bancada havaiana nas inúmeras “vacas” (caldos) do dia, marcado por muitas pranchas quebradas. A organização do evento esperou por mais de uma hora, a fim de ver a evolução da maré, mas, às 21h55 (de Brasília, 13h55 local), decidiu pelo adiamento. A próxima chamada será no domingo, às 15h30 (de Brasília).


kelly slater surfe pipeline repescagem (Foto: Pedro Gomes Photography)

Além dos tubos, Kelly Slater deu show em aéreos em Pipeline, no Havaí (Foto: Pedro Gomes Photography)

Os brasileiros Miguel Pupo, Filipe Toledo e Jadson André venceram suas baterias pela repescagem e também asseguraram a vaga na terceira fase, enquanto Raoni Monteiro se despediu da elite do surfe após uma temporada ruim, sem vencer uma bateria sequer.


Em busca do histórico título mundial para o Brasil no surfe, Medina volta à agua na sexta bateria da terceira fase em uma prova de fogo contra o local Dusty Payne. O havaiano, campeão da primeira joia da Tríplice Coroa Havaiana, em Haleiwa, é muito perigoso nos tubos de Pipeline. Slater e Mick Fanning também disputam o caneco. O australiano mede forças com o francês Jeremy Flores, enquanto o americano enfrenta o brasileiro Alejo Muniz.


Atual campeão do Pipe Masters e dono de sete vitórias na “Meca” do surfe, Slater foi o primeiro a competir neste sábado. A organização optou por um sistema idealizado por ele em 2007: duas baterias ao mesmo tempo, para poupar tempo. Cada duelo tinha 40 minutos, em vez de 30, e a primeira dupla a entrar na água ficava os 20 minutos iniciais com prioridade.


Slater entrou nervoso e demorou a se encontrar. Foram algumas “vacas” até achar uma onda. O local Reef Mcintosh, que entrou na disputa pela triagem, vencia por 5,27 a 2,63. Demorou, mas o mito acordou. Após entubar uma onda com muita velocidade e equilíbrio, arrancou um 7,43 dos juízes e entrou para o jogo. Em seguida, encontrou outro belo tubo com profundidade e desapareceu atrás da onda. Saiu com estilo e finalizou com um aéreo, levando o público ao delírio. Com um 9,57 na melhor onda, o americano somou 17,00, contra 7,00 do havaiano.


kelly slater surfe pipeline repescagem (Foto: Pedro Gomes Photography)

Slater desapareceu em um dos tubos em bateria da repescagem (Foto: Pedro Gomes Photography)

- Estava ventando muito, eu preferia que não tivesse competição hoje, porque está muito difícil de surfar. Mas eu fiz de tudo para conseguir pegar boas ondas. Faltavam cinco minutos e eu precisava tomar as decisões certas. Por sorte, eu consegui. No fim da bateria, tínhamos as mesmas opções e tivemos que tomar as mesmas decisões. Foi desafiador Tive que controlar os ânimos, continuei tentando e acabei conseguindo encontrar boas ondas. Reef não estava pressionado por resultados, apenas procurou boas ondas. É um grande surfista de ondas grandes – disse Slater.


As ondas perfeitas de Pipeline são o sonho todos os surfistas profissionais, porém, podem ser perigosas. Nem mesmo os mais experientes são capazes de fugir da força do mar. Em uma das “vacas” que levou, Slater sentiu a costela, mas, nada que o atrapalhasse em seu caminho. Já o sul-africano Jordy Smith deslocou o ombro ao ser engolido por uma onda, abandonou e foi para um hospital da região. Quem se deu bem com isso foi Dusty Payne, que ficou livre, melhorou a sua pontuação, somou 4,30 e superou Jordy no critério de desempate (melhor nota da bateria, um 3,03 contra um 3,00 do sul-africano).


Filipe Toledo, surfe, Pipeline (Foto: Pedro Gomes Photography)Filipe Toledo foi um dos brasileiros a avançar à 3ª fase, assim como Jadson e Pupo (Foto: Pedro Gomes Photography)

O melhor brasileiro do dia foi Jadson André. O atleta da vila de Ponta Negra pegou um tubo e agradou os juízes e o público, que bateu palmas e comemorou a principal manobra do surfe. Apenas com a nota 9,37 que tirou, ele venceria oito das nove baterias já encerradas na repescagem. Ele só não teve um somatório maior do que Slater. Com 12,70, Jadson despachou o português Tiago Pires, que não conseguiu se encontrar e foi eliminado, com 2,73.


surfe pipeline Julian Wilson leva vaca (Foto: Pedro Gomes Photography)

Julian Wilson leva uma “vaca” (Foto: Pedro Gomes Photography)

Ema uma bateria verde-amarela, Miguel Pupo levou a melhor sobre Raoni Monteiro: 7,17 a 4,13. Filipe Toledo, o Filipinho, que terminou o ano como líder do WQS (Divisão de Acesso), precisou de 7,64 para derrotar o irlandês Glenn Hall. O atleta de Ubatuba acertou um aéreo full rotation de backside, um giro de 360º no ar, sendo um dos destaques do dia em Pipeline.


- As ondas estavam difíceis, com muito vento. Fiquei feliz que consegui acertar um aéreo, essa é uma onda tubular. O mar está perigoso – disse Filipinho.




BATERIAS DA TERCEIRA FASE




1. John John Florence (HAV) x Adam Melling (AUS)

2. Owen Wright (AUS) x Fred Patacchia (HAV)

3. Michel Bourez (TAH) x Matt Wilkinson (AUS)

4. Josh Kerr (AUS) x Jadson André (BRA)

5. Miguel Pupo (BRA) x Filipe Toledo (BRA)

6. Gabriel Medina (BRA) x Dusty Payne (HAV)

7. Kolohe Andino (EUA) x Julian Wilson (AUS)

8. Bede Durbidge (AUS) x Adrian Buchan (AUS)

9. Mick Fanning (AUS) x Jeremy Flores (FRA)

10. Joel Parkinson (AUS) x Sebastien Zietz (HAV)

11. Nat Young (EUA) x Kai Otton (AUS)

12. Kelly Slater (EUA) x Alejo Muniz (BRA)




BATERIAS DA SEGUNDA RODADA/ REPESCAGEM




1: Kelly Slater (EUA) 17,00 x Reef McIntosh (HAV) 7,00

2: Michel Bourez (TAH) 5,00  x Makai McNamara (HAV) 3,17

3: Jordy Smith (AFS) 4,30 x Dusty Payne (HAV) 4,30

4: Nat Young (EUA) 8,50 x Mitch Coleborn (AUS) 4,77

5: Miguel Pupo (BRA) 7,17 x Raoni Monteiro (BRA) 4,13

6: Filipe Toledo (BRA) 7,64 x Glenn Hall (IRL) 7,07

7: Adrian Buchan (AUS) 3,47 x Travis Logie (AFS) 1,43

8: Kai Otton (AUS) 7,16 x Brett Simpson (EUA) 6,83

9: Fredrick Patacchia (HAV) 6,90 x Mitch Crews (AUS) 1,57

10: Jadson André (BRA) 12,70 x Tiago Pires (PRT) 2,73

11: Julian Wilson (AUS) 4,50 x 0,84 Dion Atkinson (AUS)

12: Matt Wilkinson (AUS) 4,13 x 3,24 Aritz Aranburu (ESP)




O QUE MEDINA PRECISA PARA SER CAMPEÃO




– se for eliminado até a terceira fase => precisa que Kelly Slater não vença a etapa e que Mick Fanning não chegue às semifinais. Se Fanning for eliminado nas quartas, decide o título da temporada numa bateria homem a homem com o brasileiro.

– se for eliminado na quinta fase => Mick Fanning não pode chegar à final;

– se for eliminado nas quartas ou nas semifinais => Mick Fanning não pode vencer a etapa;

– se chegar à final => conquista o título, independentemente da campanha de seus rivais






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