13/01/2015

Festa do Batismo do Senhor

Dom Sergio da Rocha*



 Estamos concluindo o Tempo do Natal, com a celebração da Festa do Batismo do Senhor. Expressemos nosso louvor a Deus pelo Batismo de Jesus e, de modo especial, pela graça do Batismo que nós recebemos. Agradeçamos a Deus pelos que nos proporcionaram o Batismo: o padre ou ministro que nos batizou, os pais e os padrinhos que nos conduziram à Igreja. Procuremos renovar a vida batismal, crescendo na fé em Cristo, na participação na Igreja e no testemunho cotidiano da fé. Valorizar o Batismo implica também em ajudar outros irmãos que ainda não foram batizados a acolherem a graça do Batismo, testemunhando-lhes a beleza e o vigor da fé batismal. De modo especial, procuremos motivar os pais a batizarem seus filhos.


O Evangelho segundo Marcos, hoje proclamado, narra o fato que motiva esta festa litúrgica. Na narrativa, destaca-se, primeiramente, o testemunho de João. Diante daqueles que pensavam ser ele o Messias, ele humildemente reconhece a grandeza do Messias e anuncia um novo e definitivo Batismo.


 Apesar da importância do testemunho de João, o Evangelho nos apresenta um testemunho muito maior, dado pelo Pai e pelo Espírito Santo, revelando que Jesus é o Filho de Deus Salvador, o Messias-Servo. Trata-se de um momento especial da manifestação de Jesus Cristo ao mundo, um prolongamento da “epifania” do Senhor, há pouco celebrada. Jesus é o Messias sobre o qual repousa o Espírito de Deus. A profecia de Isaías sobre o “Servo” eleito e amado por Deus, no qual repousa o Espírito, realiza-se plenamente em Jesus Cristo. Por isso, na primeira leitura, ouvimos o primeiro, dentre os quatro cânticos de Isaías sobre o Servo de Javé e a sua missão. O que Isaías anuncia, aplica-se a Jesus: “Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se compraz minha alma; pus meu espírito sobre ele” (Is 42,1).    Contudo, ele não é somente o Messias esperado. Jesus é o Filho, conforme declara a voz do Pai: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu benquerer” (Mc 1,11).


No nosso Batismo, o amor do Pai também se faz sentir, acolhendo a cada um de nós como “filho amado”. A universalidade do amor de Deus e da salvação em Cristo acontece no Batismo. O Batismo cristão é oferecido a todos e não apenas ao povo da Antiga Aliança. O apóstolo Pedro reconhece que “Deus não faz distinção entre as pessoas” (At 10,34). Portanto, os discípulos de Cristo devem testemunhar o amor de Deus a todos, especialmente, aos mais sofredores, a exemplo de Jesus de Nazaré, cuja missão encontra-se assim resumida: “Ele andou por toda a parte, fazendo o bem” (At 10,38)


*Arcebispo de Brasília



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