Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – Durante a viagem de volta das Filipinas, conversando com os jornalistas, o Papa sugeriu a leitura do livro “O Senhor do Mundo”, de Robert Benson, para que entendessem o que queria dizer com “colonização ideológica”.
A ditadura do pensamento único
A obra descreve a instauração, no início do século XX, de uma ditadura do tipo humanitarista, que prega a tolerância universal para todos, com exceção da Igreja, que é perseguida.
Escrito em 1907, o livro retoma o tema desenvolvido por São Pio X na sua primeira encíclica E supremi apostolatus cathedra de 1904, na qual o Papa observava que os males que circundavam o mundo e a Igreja eram tão graves que faziam supor que o Anticristo estivesse já presente nele.
Robert Benson
Anglicano, quarto filho do Arcebispo de Cantuária, Robert Benson, convertido ao catolicismo e ordenado sacerdote, retrata neste texto visionário uma batalha final entre o bem e o mal. De um lado, Giuliano Felsenburgh, 30, evita o confronto entre Ocidente e Oriente, é aclamado como Presidente da Europa e instaura a ditadura do pensamento único. Do outro, está o sacerdote Percy Franklin, 33, que se torna Papa.
Benson jamais imaginou que seu romance chegaria, no início do século XXI, a se tornar tão realista. No livro, uma iminente guerra ameaça a paz universal, situação que permite a um jovem desconhecido ganhar popularidade em todo o mundo e aspirar apropriar-se dele: é o advento do anticristo. Mas ainda permanece algo da tradição que construiu o Ocidente: a Igreja Católica, que embora em meio a uma crise, se apresenta como a única resistência frente ao totalitarismo.
Em poucas palavras, “O Senhor do Mundo” é uma narrativa apocalíptica, contra a qual só nos resta um consolo e uma atitude: a confiança no triunfo definitivo de Deus e a incolumidade da alma.
(CM)
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