Um povo capaz de, no meio da adversidade, «fazer a festa», realça Francisco
Na já habitual conferência de imprensa com os jornalistas, a bordo do avião, Francisco disse levar na memória sobretudo “os gestos” das pessoas, em nada “protocolares” mas sim “sentidos, vindos do coração”, que o comoveram “quase até às lágrimas”.
“Estava tudo ali: a fé, o amor, a família, os sonhos, o futuro… Os pais que erguiam os seus filhos nos braços, para que fossem abençoados, e eram tantos. Um gesto que não se vê em outros sítios. É como se dissessem: este é o meu tesouro, o meu futuro, o meu amor, por ele vale a pena trabalhar, vale a pena sofrer”, recordou.
De acordo com a Rádio Vaticano, o Papa argentino destacou “o entusiasmo genuíno, a felicidade, a alegria” das pessoas, “capazes de fazer a festa mesmo debaixo de chuva”.
E neste âmbito lembrou sobretudo a missa ao ar livre, a que presidiu junto ao aeroporto de Tacloban, nas Filipinas, para centenas de milhares de fiéis.
Apesar do intenso temporal que se verificava, as pessoas “nunca perderam o sorriso”.
“Era a felicidade, uma felicidade não fingida. Não era um sorriso postiço, não, era autêntico. E por detrás daquele sorriso, uma vida normal, também feita de dor, feita de problemas”, frisou o Papa.
Na sua conversa com a imprensa, a propósito desta segunda deslocação ao continente asiático, depois da ida à Coreia do Sul, Francisco elogiou ainda o testemunho de esperança e de fé que recebeu das populações do Sri Lanka e das Filipinas.
“Um povo que sofre, mas que é capaz de levantar-se e caminhar para diante”, disse o Papa argentino, recordando a forma como o pai de Crystal, a jovem voluntária que morreu em Tacloban, devido à intempérie que irrompeu durante a missa, reagiu à perda da filha.
“Morreu em serviço, foi o que disse, e procurava palavras para se conformar, para aceitar. Um povo que sabe sofrer. Foi isto que deu para ver, foi assim que interpretei este gesto”, complementou.
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