12/01/2015

Papa Francisco alertou para situação de «guerra mundial»

Agência Ecclesia



 

AsiaNewsAsiaNews


Francisco alertou para situação de «guerra mundial» perante diplomatas acreditados junto da Santa Sé


Cidade do Vaticano, 12 jan 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco condenou hoje no Vaticano os atentados que atingiram recentemente a França, o Paquistão e a Nigéria, bem como a ação do autoproclamado ‘Estado Islâmico’ no Médio Oriente, pedindo o fim do fundamentalismo.

“Espero que os líderes religiosos, políticos e intelectuais, especialmente muçulmanos, condenem qualquer interpretação fundamentalista e extremista da religião que tenda a justificar tais atos de violência”, apelou, perante os membros do corpo diplomático acreditados junto da Santa Sé, para o traidicional encontro de ano novo.

O Papa apelou a uma resposta “unânime” da comunidade internacional para travar a violência e “em defesa de quantos sofrem as consequências da guerra e da perseguição”.

“O fundamentalismo religioso, ainda antes de descartar os seres humanos perpetrando horrendos massacres, rejeita o próprio Deus, relegando-o a mero pretexto ideológico”, declarou ainda.

Francisco recordou a carta que enviou às comunidades cristãs do Médio Oriente, antes do Natal, para sublinhar que esta região ficaria “desfigurada e mutilada” sem a sua presença.

O discurso recordou a viagem pontifícia à Terra Santa, em maio de 2013, sublinhando a necessidade de diálogo e de paz, com o reconhecimento da solução dos “dois Estados”, Israel e Palestina.

A respeito da Nigéria, atingida por vários atentados, o Papa alertou para o “trágico fenómeno do sequestro de pessoas”, outro dos sinais do que denominou como mentalidade de “rejeição” no atual cenário mundial.

“Um triste eco disso mesmo, encontramo-lo em numerosos factos referidos nas notícias quotidianas, como o trágico massacre que há dias sucedeu em Paris”, recordou, evocando também as crianças assassinadas numa escola do Paquistão.

O Papa sustentou que a humanidade vive uma “verdadeira guerra mundial, combatida aos bocados”, como na Ucrânia, a Líbia, a República Centro-Africana, o Sudão do Sul e algumas regiões do Sudão, o Corno de África e a República Democrática do Congo.

“Desejo um compromisso conjunto dos vários governos e da comunidade internacional, para que se ponha fim a qualquer espécie de luta, ódio e violência e se empenhem em favor da reconciliação, da paz e da defesa da dignidade transcendente da pessoa”, prosseguiu.

Francisco manifestou a sua condenação a crimes de guerra como as violações, lembrando depois as vítimas da “terrível epidemia de Ébola”, as “vidas descartadas por causa das guerras ou das doenças”, os deslocados e refugiados, os migrantes que “ perdem a vida em viagens desumanas”.

O Papa retomou um dos alertas que tem vindo a repetir no seu pontificado, alertando para os “exilados escondidos” no seio das famílias e sociedades: “Penso sobretudo nos idosos e nos deficientes, bem como nos jovens”.

“Tudo isto é contrário à dignidade humana e deriva duma mentalidade que põe no centro o dinheiro, os benefícios e os lucros económicos em detrimento do próprio homem”, precisou.

OC



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