25/05/2015

A morte é a melhor invenção da vida

Padre Geovane Saraiva*


BofPalavras de Steve Jobs: “Ser o mais rico do cemitério não é o que mais importa para mim… Ir para a cama à noite e pensar que foi feito alguma coisa grande; isso é o que mais importa para mim”. Como também é importante guardar na mente e no coração O livro do Eclesiastes, que logo no início do seu prólogo diz: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade; que proveito tira o homem se de todo o trabalho e com que se afadiga debaixo do sol?”– vanitas vanitatum, ommia vanitas”.


O contexto acima citado reflete a nossa condição mortal de ser humano. Não nos acostumando e, mesmo, sofrendo como um profundo golpe e dor. Nos Estados Unidos ocorreu aos 05 de outubro de 2011 a morte prematura de Steve Jobs, com a idade de 56 anos, vítima de um câncer no pâncreas, diagnosticado em 2004. Ele mesmo externou em um pensamento, que descobriu quando tinha 17 anos: “Se viver cada dia de sua vida como se fosse o último, chegará um dia em que estará certo”. Impressionado, se perguntava através desse pensamento: “Se este fosse último dia da minha vida, será que eu faria mesmo o que estou prestes a fazer hoje?”.


A genialidade desse extraordinário homem e figura humana, de tal modo preciosa, que jamais será esquecida, contribuindo enormemente em favor da vida mais agradável, mais bela e mais edificante sobre face da terra. Ele assim se externou: “Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo – expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar – caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante”. Na verdade, somos agradecidos ao bom Deus pela Apple, seu grande e maior invento – no Mac, no iPod, no iPad e no iPhone, entre outras inovações, no mundo da tecnologia, com as comunicações e as redes sociais. Como é maravilhoso pensar no ciberespaço, e aqui entre extraordinário legado deixado por Steve Jobs, ao deixar pronto o iPad 3 e o aparelho de TV, na sua alta definição, que após sua morte constatamos passos gigantescos.


Os sinais reveladores e indicadores do planeta, bem como o seus gemidos, mais fortes e acentuados nos dias hodiernos, faz-nos pensar no ocaso, acontecimento que precede a escuridão, numa palavra,  na transitoriedade da vida. Como são indispensáveis as palavras de Francisco de Assis, num olhar impenetrável aos olhos humanos, tal é a seriedade para a realidade da morte, como algo sagrado, revelador e divino. À medida que louvava a Deus, chamava-a de irmã. Guardemos as palavras do Apóstolo Paulo: “Nós não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procurada cidade de que há de vir” (Hb 13, 14); “Sabemos, com efeito, que, se a nossa morada terrestre, esta tenda, for destruída, teremos no céu um edifício, obra de Deus, morada eterna, não feita por mãos humanas” (2Cor 5, 1).


Na sua condição de paciente, consciente de que a morte estava por chegar, afirmava: “posso agora dizer algo que me parecia menos claro, quando a morte era um conceito intelectual: ninguém quer morrer; mesmo as pessoas que desejam ir para o paraíso não querem morrer para chegar até lá. Ainda assim, a morte é o destino final do qual todos nós partilhamos. Ninguém jamais escapou dela. E é assim que as coisas deveriam ser, porque a morte é provavelmente a melhor invenção da vida. Ela tira do caminho o que é velho e abre espaço para o que é novo”.


Steve Jobs tem muito a nos ensinar e dizer, como patrimônio da humanidade, na sua originalidade e genialidade, que “é preciso descobrir aquilo que amamos e a única maneira de fazer um trabalho grandioso e que se perpetue na história é amar aquilo que fazemos”. É assaz fixar na mente e no coração no cuidado dos dons, talentos e da nossa própria vida, segundo a vontade de Deus, na nossa razão de ser e existir.


Escritor, blogueiro, colunista, vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso, Parquelândia, Fortaleza-CE – geovanesaraiva@gmail.com



http://www.paroquiasantoafonso.org.br/?p=14279

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