01/09/2015

Polêmica provocada por uma carta do Papa





Francesca, a esposa Maria Silvia e os quatro filhos (Foto: reprodução – Facebook)

O vice-diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Pe. Ciro Benedittini, esclareceu que o Papa Francisco não avalizou as uniões homossexuais, em resposta a uma escritora lésbica e vários meios de comunicação italianos.


Francesca Pardi é fundadora, junto com sua companheira Maria Silvia Fiengo, da editora de livros para crianças Lo Stampatello e autora de relatos como Piccola storia di una famiglia: perchè hai due mamme? (Pequena história de uma família: por que tens duas mães?) e Piccolo Uovo (Pequeno Ovo).


Há várias semanas, Pardi – que com sua parceira lésbica criam quatro filhos – enviou uma carta ao Papa junto com alguns de seus livros assinalando que os apresentou como de “amor ao próximo”. Alguns destes textos foram retirados das escolas de Veneza por ordem do prefeito Luigi Brugnaro.


Na sexta-feira da semana passada, 28 de agosto, Pardi publicou em seu perfil do Facebook uma foto do envelope no qual veio a resposta da Secretaria de Estado Vaticano, confirmando o recebimento do presente. A autora não publica o texto da carta recebida, escreveu assim: “O Papa me respondeu”.


Pardi admite que a carta não foi assinada pelo Papa, mas por dom Peter Brian Wells, funcionário da Secretaria de Estado Vaticano. No entanto, atribui ao Pontífice palavras de ânimo ao seu trabalho de literatura gay e uma bênção dirigida a ela e sua parceira.


Esta comunicação de cortesia foi divulgada por vários meios de comunicação italianos e agências internacionais como uma bênção ou aprovação do Santo Padre das uniões homossexuais.


O Pe. Ciro Benedittini publicou um comunicado do Vaticano que explica que “em resposta a uma carta de Francesca Pardi para o Santo Padre, em tom educado e respeitoso, a Secretaria de Estado acusou o recebimento da mesma com um estilo simples e pastoral, precisando na sequência que se tratava de uma resposta privada e, por isso, não destinada à publicação (o que acabou acontecendo”.


“De modo algum a carta da Secretaria de Estado pretende avalizar comportamentos e ensinamentos que não estão em consonância com o Evangelho, embora auspicie ‘uma sempre mais profícua atividade a serviço das jovens gerações e da difusão dos autênticos valores humanos e cristãos’”, ressalta.


“A bênção do Papa ao final da carta é para a pessoa e não para eventuais ensinamentos que não estão em sintonia com a doutrina da Igreja sobre a ideologia de gênero, que não mudou absolutamente em nada, como muitas vezes assinalou, inclusive recentemente, o Santo Padre”, precisa o comunicado.


Então, conclui o texto divulgado no sábado, “está inteiramente fora de lugar uma instrumentalização do conteúdo da carta”.


Em diversas ocasiões o Papa Francisco explicou que a ideologia de gênero contradiz o plano de Deus e não obedece à ordem natural da criação.



Religión Digital, 29-08-2015.


Polêmica provocada por uma carta do Papa

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