17/09/2015

Vaticano: Reaproximação entre Cuba e EUA tem de levar à «revogação» do embargo, diz secretário de Estado

Agência Ecclesia 17 de Setembro de 2015, às 16:28        papafranciscoencuba.cubaminrex.cu


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Cardeal Pietro Parolin projeta viagem do Papa Francisco aos dois países


Cidade do Vaticano, 17 set 2015 (Ecclesia) – A Santa Sé defende a “revogação” do embargo dos Estados Unidos a Cuba, frisou hoje o secretário de Estado do Vaticano, numa abordagem à visita que o Papa vai fazer àqueles dois países.


Em entrevista publicada no jornal ‘L’Osservatore Romano’, o cardeal Pietro Parolin salientou que, “para além das reais motivações” que estiveram na base do embargo, é preciso olhar para as “dificuldades e sofrimentos” que “este tipo de sanção” tem provocado “na população” cubana.


O responsável sustentou ainda que, depois da reaproximação entre os Estados Unidos da América e Cuba, “uma liberalização ao nível dos vínculos e das relações, sobretudo ao nível económico, poderá levar a uma maior abertura” no território em termos de “liberdade e de direitos humanos”.


A visita do Papa Francisco a Cuba e aos Estados Unidos vai decorrer entre os dias 19 e 28 de setembro e o programa incluirá, como habitualmente acontece nestas ocasiões, encontros com os chefes de Estado, Raúl Castro e Barack Obama, respetivamente.


Prevista está também uma passagem pela sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, e a participação no 8.º Encontro Mundial das Famílias, em Filadélfia.


A Ecologia, sob a égide da encíclica ‘Laudato si’; a sobreposição da Economia à Pessoa e as Migrações, no contexto da atual crise de refugiados em todo o mundo, serão temas que marcarão o discurso de Francisco durante a sua presença em solo americano, segundo D. Pietro Parolin.


Sobre a encíclica, o secretário de Estado do Vaticano destaca o facto de o Papa argentino ter a oportunidade de a “relançar” em locais tão emblemáticos como o Congresso dos Estados Unidos da América e a sede da ONU.


D. Pietro Parolin acredita que Francisco “não deixará de reafirmar”, no âmbito da “ecologia integral” de que fala na encíclica, “a natureza transcendental da pessoa, da qual nascem os seus direitos fundamentais, sobretudo o direito à vida e à liberdade religiosa”.


 “Ele vai convidar as pessoas a mudarem os seus estilos de vida para poderem ser guardiãs da Criação, não dominadoras ou agressoras”, apontou aquele responsável, que espera também uma abordagem às “mudanças climáticas e às preocupações que elas provocam ao futuro da humanidade”.


Quanto aos que, nos EUA, têm apontado a encíclica ‘Laudato si’ como um documento crítico do sistema capitalista, o cardeal Parolin frisou que o documento convida sobretudo “à reflexão”, porque “é realista pensar-se que as coisas não correm como devem”.


Sobre a crise de refugiados e migrantes que hoje aflige o mundo, em particular a Europa, o cardeal italiano lembra que o Papa vai entrar em solo norte-americano “como um migrante, para recordar que os EUA são um país de imigrantes”.


“Francisco traz este problema no seu coração, e num país que conheceu este fenómeno na sua história, poderá oferecer também indicações para a solução dos problemas que atualmente se apresentam”, para os “casos que estão dolorosamente abertos”, concluiu.


JCP



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