05/05/2016

Papa lembrou «lágrimas» provocadas pela «maldade humana» em todo o mundo

«Se Deus chorou, também eu posso chorar», disse Francisco durante vigília de oração no Vaticano


Cidade do Vaticano, 05 mai 2016 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje no Vaticano as “lágrimas” que são provocadas pela “maldade humana”, durante uma vigília especial de oração, integrada nas celebrações do Jubileu da Misericórdia (dezembro 2016-novembro 2015).


“Se Deus chorou, também eu posso chorar, ciente de que sou compreendido. O pranto de Jesus é o antídoto contra a indiferença face ao sofrimento dos meus irmãos”, declarou Francisco, na homilia da vigília ‘por todos os que precisam de consolação’, como foi designada pela Santa Sé.


No dia da solenidade litúrgica da Ascensão de Jesus, centenas de pessoas reuniram-se na Basílica de São Pedro, onde ouviram testemunhos de sofrimento, ligados à perda de filhos ou à perseguição religiosa, por exemplo.


“Quanta tristeza podemos vislumbrar em tantos rostos que encontramos! Quantas lágrimas são derramadas, em cada instante, no mundo; uma diferente da outra; e, juntas, formam como que um oceano de desolação, que invoca piedade, compaixão, consolação”, declarou o Papa.


Francisco realçou que “as mais amargas são as lágrimas causadas pela maldade humana”, momentos que desafiam a fé e o sentido da existência, provocando confusão e dor.


“A razão, só por si, não é capaz de iluminar o nosso íntimo, compreender a dor que sentimos e dar a resposta que esperamos. Nestes momentos, temos mais necessidade das razões do coração”, realçou o Papa.


A intervenção recordou os episódios do Evangelho que retratam Jesus a chorar, lágrimas que “baralharam muitos teólogos ao longo dos séculos”, segundo Francisco.


“Aquele pranto ensina-me a assumir a dor dos outros, a tornar-me participante do incómodo e do sofrimento de quantos vivem nas situações mais dolorosas”, precisou.


O pontífice argentino apresentou a oração como “verdadeiro remédio” para o sofrimento.


A vigília para ‘enxugar as lágrimas’ decorreu na presença do relicário de Nossa Senhora das Lágrimas de Siracusa – evocação de um fenómeno ocorrido na Itália, em 1953, quando uma obra em gesso, representando o Coração Imaculado de Maria, derramou lágrimas.


“Junto de cada cruz, está sempre a Mãe de Jesus. Com o seu manto, Ela enxuga as nossas lágrimas. Com a sua mão, faz-nos levantar e acompanha-nos pelo caminho da esperança”, disse Francisco.


No final da cerimónia de oração, o Papa abençoou e distribuiu simbolicamente um ‘Agnus Dei’ (Cordeiro de Deus), objeto de devoção usado particularmente no Ano Jubilar, que remonta ao século IV; realizado com cera branca, em forma oval, o presente do Papa tem numa das faces o Cordeiro Pascal e, na outra, o logótipo do Jubileu da Misericórdia.


A oferta, explicou a Santa Sé em comunicado, quer ser “expressão da misericórdia” de Deus “para com todos os fiéis que vivem situações de profundo sofrimento”.


OC



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