Diz a diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja
Em entrevista à Agência ECCLESIA, a diretora do SNBCI, destacou a oportunidade de transmitir, aos técnicos e agentes a trabalhar nas dioceses, “uma série de conteúdos muito específicos e da maior utilidade para esta área do inventário”.
“Sobretudo uma especificidade que vai ao encontro de algumas lacunas que se sentem no contexto das dioceses portuguesas e que claramente têm sido aqui abordadas neste primeiro ano de uma forma global, geral, mas que pretendemos em próximas edições vir a especificar um pouco mais”, referiu Sandra Costa Saldanha.
Desde janeiro têm sido várias as temáticas abordadas nas ações de formação, como a pintura e iconografia, o mobiliário e os instrumentos musicais, passando pela escultura, as alfaias litúrgicas e a tumulária.
“Na prática estamos a falar de manhã ou de tardes dedicadas a cada um destes temas, onde são dadas as ferramentas necessárias para os técnicos que estão a trabalhar e a desenvolver a sua atividade no terreno”, reforçou a diretora do SNBCI.
As ações de formação no âmbito do Projeto Thesaurus são abertas não só às dioceses associadas mas a outras instituições e mesmo ao público em geral.
Com a implementação deste projeto, e de outros como a ferramenta informática que foi criada para a inventariação do património religioso, Sandra Costa Saldanha acredita que é possível criar “um novo paradigma” na promoção e conservação dos Bens Culturais da Igreja Católica.
“Temos claramente que falar de um novo paradigma e sobretudo temos claramente de trabalhar ao mesmo nível, no mesmo patamar. Se nem sempre é possível às instituições acompanharem esse ritmo, certamente será possível num futuro próximo. A verdade é que não podemos continuar a protelar o desenvolvimento de um trabalho conjunto”, observou.
Sandra Costa Saldanha acredita que, se o trabalho continuar a ser realizado com tem sido feito até aqui, os resultados serão “bastante frutíferos”.
É preciso é que as dioceses continuem a aderir ao projeto e sobretudo a partilhar experiências e desafios, em vez de trabalharem “isoladamente”.
“Essa comunhão tem sido muito, muito importante, e eu creio que a potenciação de recursos, as dificuldades que as dioceses sentem em várias áreas, desde logo recursos humanos, recursos financeiros, podem em alguma medida ser colmatadas por estarmos a trabalhar conjuntamente”, conclui a diretora do SNBCI.
No contexto desta desejável colaboração, e da consolidação de um processo cada vez mais uniforme na área da inventariação, em termos normativos, a última sessão de formação deste ano, no âmbito do Projeto Thesaurus, no dia 5 de dezembro em Fátima, na Casa Domus Carmeli, a partir das 10h30, vai ser marcada pela apresentação de um “manual de procedimentos de inventário”.
Um recurso compilado a partir de experiências recolhidas em várias dioceses e às quais são juntadas agora uma série de sugestões e correções para ajudar os técnicos de inventário no desempenho da sua missão no terreno.
Esta temática também vai ser abordada esta semana, nos programas ECCLESIA, na Antena 1 da rádio pública, pelas 22h45.
PR/JCP
Formação na área do inventário abre «novo paradigma» no cuidado com o património religioso
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