21/11/2016

O clamor da humanidade

Padre Geovane Saraiva*


Eis nossa simples e humilde reflexão, de cunho pastoral e com a intenção de contribuir, diante do clamoroso gemido de dor da humanidade, manifestado numa sociedade pouca organizada e adormecida  ao sonho do nosso bom Deus, por um mundo de harmonia, esperança e de paz. O projeto de São Francisco de Assis, levando adiante pelo Papa Francisco, vemo-lo transformado em realidade, num espírito de total abertura e permanente esforço em favor da solidariedade, da paz e da concórdia no mundo. O Sumo Pontífice deixou claro que a verdadeira segurança das pessoas e do mundo como um todo passa pela misericórdia, voltando-se ao essencial, ao coração da Evangelho, que é a misericórdia.


A missão que Jesus  recebeu, em total fidelidade ao Pai, foi de abraçar a cruz. Podemos imaginar que a solenidade  de Cristo Rei, no último Domingo do Ano Litúrgico tenha o objetivo de fazer com que os cristãos percebem, com clareza sempre maior, num ambiente de reflexivo, silencioso e  contemplativo da face bondosa de Deus. Levados, evidentemente, a uma envolvente compreensão do serviço e da entrega, dentro do plano de salvação no Filho Deus.Resultado de imagem para “Misericordia et misera”


A proposta para os cristãos é para vivenciar o gesto mais elevado, quando Deus manifesta o desejo de salvar a humanidade, indicando-nos que o cerne da vida cristã consiste em uma insistente teimosia de fazer o seguimento de Jesus de Nazaré, na sonhada liberdade dos filhos de Deus. Consciente de seu indizível e insondável mistério de amor vai na direção de afastar a ilusão de um cristianismo fácil e sem Cruz. Também abraçar a cruz de todos os dias, sem jamais se esquecer de que sua forte simbologia é consequente, indicando-nos o caminho da paz, que segundo o Papa Francisco é “um bem que supera qualquer barreira, porque é um bem de toda a humanidade”.


Que o nosso olhar seja sempre mais esperançoso, num Papa Francisco encantador, no convite feito às pessoas de boa vontade para que sejam sensíveis  ao clamor humano, eliminando o indiferentismo. Falou-nos, ao encerrar o Jubileu da Misericórdia (20/11/2016), de uma Igreja livre e pobre para anunciar a Misericórdia de Deus, defendendo-a, no sentido de melhor cumprir a sua missão, na contemplação do verdadeiro rosto do nosso Rei, aquele que brilha na Páscoa, entendida como acolhedora, livre, fiel, pobre de meios, mas rica no amor, missionária. Embora o Santo Padre fechasse a Porta Santa, disse com veemência que a Igreja continua sempre com a porta escancarada à verdadeira porta da misericórdia, que é o Coração de Cristo.


Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência  Sacerdotal, integra a  Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza – geovanesaraiva@gmail.com



O clamor da humanidade

Nenhum comentário :

Postar um comentário