A Igreja Católica assinala este domingo o início de um novo ano no seu calendário litúrgico, que começa com o chamado tempo do Advento, compreendendo os quatro domingos anteriores ao Natal.
As três primeiras semanas, que recordam especialmente a segunda e última vinda de Cristo à Terra, esperada pelos cristãos para o fim dos tempos, tornam o Advento num tempo penitencial marcado pelo convite à vigilância, arrependimento e reconciliação com Deus.
A partir de 17 de dezembro a liturgia adventícia, pautada pela cor roxa, acentua a festa do nascimento de Jesus, o Natal, que os católicos assinalam a 25 de dezembro.
As leituras bíblicas proclamadas nas missas evidenciam as figuras bíblicas do profeta Isaías, de João Batista, precursor de Cristo, e de Maria, mãe de Jesus.
As manifestações do Advento, palavra de origem latina que significa “vinda” ou “chegada”, expressam-se na coroa de ramos verdes com quatro velas, que se acendem aos domingos, bem como na armação do presépio, entre outras práticas.
O tempo do Natal termina a 9 de janeiro, dia em que o calendário litúrgico evoca o batismo de Jesus.
O diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa coloca em destaque a singularidade do Evangelho de São Marcos que será o evangelista do novo ano litúrgico.
Em declarações ao programa ECCLESIA (Antena 1) a transmitir este domingo, o padre João Lourenço realça que São Marcos “é um Evangelho muito próprio e singular, embora faça parte de um conjunto de três”, os chamados sinóticos (Mateus, Lucas e Marcos).
Segundo o biblista franciscano até à reforma do II Concilio do Vaticano São Marcos “era bastante desconhecido e pouco usado”.
A estrutura do Evangelho de Marcos “é diferente” da estrutura dos outros evangelhos sinóticos porque “não tem a infância de Jesus” e “começa logo com um anúncio de fé”.
Para o padre João Lourenço é fundamental “ter uma chave ou código” para compreender o Evangelho citado porque “é um texto carregado de contraditório”.
Marcos, como os demais Evangelhos, tem uma geografia, mas a deste evangelista tem “uma geografia aberta” que “faz da Galileia uma terra sem fronteiras”, avança.
Segundo o biblista, Marcos faz um “itinerário de fé no meio dos gentios” que lhe coloca essa marca “de expressão de fé de uma comunidade”.
Fonte: Agência Ecclesia
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