Alexander Payne conversa com o G1 sobre seu filme, indicado a 5 Oscars.
Cineasta rejeitou George Clooney no passado, mas agora era '1ª opção'.
Alexander Payne é um diretor engraçado. Durante todo o tempo no papo em sua passagem por Londres, ele não perdeu o bom humor, sempre transformando as perguntas mais sérias em risos e piadas. “Afinal, eu sou diretor de comédia, certo?”, resume ele.
Verdade. Payne contribuiu com poucos, mas marcantes longas na história do cinema moderno. Seu estilo o tornou mestre em contar o drama de pessoas comuns, com pitadas de humor. Seu filme mais recente, "Os descendentes", que foi indicado a cinco oscars e estreia nesta sexta-feira (27) no Brasil, não é diferente (assista a vídeo com entrevistas e bastidores acima). “Outro dia me alertaram para meus últimos quatro filmes. Todos são sobre homens de meia-idade que, após terem o tapete puxado e a realidade sacudida, precisam entender onde estão e o que fazer daquele ponto em diante", diz ele. “Os personagens, Jim McAllister de “Eleição”, Warren Schmidt, de “As confissões de Schmidt” e Miles de “Sideways”, e agora este, todos têm algo em comum. Matt King (que rendeu a indicação ao Oscar de melhor ator para George Clooney), pensava estar no caminho certo, quando teve o tapete puxado, lhe restando crescer ou morrer”, diz o diretor.
“Acho que este é o meu estereótipo cômico preferido. Como Chaplin, que interpretou o Vagabundo filme após filme”, acrescenta.
“Acho que este é o meu estereótipo cômico preferido. Como Chaplin, que interpretou o Vagabundo filme após filme”, acrescenta.
“Me aproximo destes filmes como um diretor de comédias. Eu os mantenho engraçados, mas sem trair as emoções do público, sempre com um toque leve”, diz ele sobre seu estilo. “Tenho que sentir os filmes que dirijo. Seria terrível dirigir algo que não sinto”, confessa. “Mesmo sabendo que esta não é uma história pessoal, eu finjo que é, para poder achar uma maneira de dirigir”, explica.
O drama de “Os descendentes”, filme que levou o Globo de Ouro e agora está indicado ao Oscar, traz George Clooney no papel de um havaiano, advogado e agente imobiliário que se encontra em meio a uma crise familiar. Sua esposa, Elizabeth King (Patricia Hastle) entra em coma após um acidente marítimo. Enquanto sua família espera por um sinal de vida, sua filha, Alexandra King (vivida pela jovem Shailene Woodley) conta ao pai que sua mãe a traía e não o amava mais. A partir daí, pai e filhos se unem em busca do amante. O resultado desta busca muda o destino da família e de todos os envolvidos. Assista ao trailer acima.
Clooney
Como nos filmes anteriores de Payne, as tramas são, de alguma maneira, comédias dramáticas subversivas, que nunca vão realmente na direção que esperamos. Neste caso, em parte, responsabilidade da excelente performance de Clooney, que se entrega ao papel de um pai falho de meia-idade e perdido em meio à inusitada situação.
Como nos filmes anteriores de Payne, as tramas são, de alguma maneira, comédias dramáticas subversivas, que nunca vão realmente na direção que esperamos. Neste caso, em parte, responsabilidade da excelente performance de Clooney, que se entrega ao papel de um pai falho de meia-idade e perdido em meio à inusitada situação.
“Escalei Clooney porque os havaianos são bonitos como ele”, diz Payne, afirmando que 90% do trabalho do diretor esta em escalar os atores. “As pessoas costumam criticar os atores que escalo, como Jack Nicholson em “As confissões de Schmidt”. Na época diziam que ele não era um homem de família, ou nunca esteve com uma mulher da mesma idade que ele. Mas são atores interpretando um papel. E ponto” comenta.
“Prefiro atores que, quando vejo na tela grande, consigo enxergar alguém real. Há tantas estrelas hoje em dia que não conseguem transmitir esta sensação - seres humanos que choram, sofrem e fazem graça de si mesmos. Eles parecem fontes de ambição e só. Clooney é um ser humano de fato. Não quer dizer que não seja ambicioso ou competitivo, mas, quando o vejo, eu sinto ver um humano que me interessa”, comenta.
Entretanto, Clooney, hoje mais do que bem-sucedido, já foi recusado por Payne no passado, quando ainda se esforçava para conseguir bons papéis no cinema. Aconteceu durante a escalação de Sideways (que levou Oscar de melhor roteiro adaptado em 2005). Na época, Payne contratou um ator desconhecido, Thomas Haden, para o papel principal, deixando Clooney desconsolado.“Ele gostou do papel e correu atrás. Nós almoçamos juntos e discutimos, mas no fim eu não o escalei. Isso não significa que eu não queria trabalhar com ele algum dia, porque eu queria. Eu acho que, dentre todos os astros da minha geração, ele é meu favorito. Quando comecei a trabalhar neste filme, Clooney era a minha primeira opção. Gosto dele da mesma maneira que gosto do Marcello Mastroianni”, diz.
Entretanto, Clooney, hoje mais do que bem-sucedido, já foi recusado por Payne no passado, quando ainda se esforçava para conseguir bons papéis no cinema. Aconteceu durante a escalação de Sideways (que levou Oscar de melhor roteiro adaptado em 2005). Na época, Payne contratou um ator desconhecido, Thomas Haden, para o papel principal, deixando Clooney desconsolado.“Ele gostou do papel e correu atrás. Nós almoçamos juntos e discutimos, mas no fim eu não o escalei. Isso não significa que eu não queria trabalhar com ele algum dia, porque eu queria. Eu acho que, dentre todos os astros da minha geração, ele é meu favorito. Quando comecei a trabalhar neste filme, Clooney era a minha primeira opção. Gosto dele da mesma maneira que gosto do Marcello Mastroianni”, diz.
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