Páscoa é a
vitória da vida sobre a morte, trazendo a esperança e a grande oportunidade
para a criatura humana assumir uma vida nova, uma vida diferente. Na Igreja,
“memória”, “presença” e “profecia” é um trinômio que só se compreende a partir
da Páscoa, tendo o Senhor Ressuscitado como o centro.
Nós cristãos,
que moramos nesta cidade de Fortaleza, devemos ter uma ação concreta, que
responda aos anseios de todos os que aqui vivem. Dom Aloísio, na carta pastoral
sobre o uso e a posse do solo urbano de 31.05.1989, afirmava: “A cidade deve
ser para o homem e não o homem para a cidade. Deve ser um espaço de convivência
solidária para todos os que nela moram, convivência que seja resultante da
convergência de esforços para tornar a cidade mais humana e também cristã” –
uma cidade, de verdade, mais pascal.
A Páscoa deve
ser um processo que se realiza e que acontece, através do compromisso ético, na
ação pastoral, no trabalho, no convívio social e nas mais diferenciadas
atividades das pessoas que t6em fé e que acreditam no futuro da humanidade e que
“O Cristo, Nossa Páscoa”, com toda sua força, renova e deixa repleta de graça a
face da terra, concretamente na nossa cidade de Fortaleza.
Em 1968, os
bispos da América Latina, reunidos na 2ª Conferência de Medellín, Colômbia que,
na abertura, contou com a presença do Papa Paulo VI, comprometeu-se que
mostrariam ao mundo o rosto de uma Igreja pascal, querendo dizer ao mundo que
ela era capaz de caminhar com a humanidade, peregrina e missionária na
história, querendo concretamente libertar o seu povo e ser sinal do Reino de
Deus e do seu projeto de amor (cf. Medellín, 5, 15).
Em Medellín, “libertação” era a palavra chave
e a mais importante. O grande desafio de todos nós é apresentar ao mundo
hodierno, sinais de que somos cristãos apaixonados pelo projeto pascal de Jesus,
e que “não se constrói sem sacrifício, sem renúncia de si mesmo, sem cruz”
(Cardeal Lorscheider).
A liturgia da
Páscoa (Vigília Pascal), no dizer de Santo Agostinho, é a “Mãe de todas as
celebrações” que, com seus ritos antigos, com toda sua beleza, sua profundidade
poética e ao mesmo tempo profética, deve nos estimular e desafiar. Ficar só no
rito, seria muito triste ao coração de Deus.
A Páscoa deve
ser um grito, um clamor, um anúncio e a proclamação, numa só fé, da busca de um
mundo novo que tem seu início na esperança e no amor de Deus, que quer a pessoa
humana realizada e de bem com a vida. Quando é que teremos uma Igreja
verdadeiramente pascal? Somos desafiados a construir essa Igreja, pela força e
graça, que nasce da Páscoa.
Feliz Páscoa!
Pe Geovane Saraiva,
Pároco de Santo Afonso
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