02/03/2012

Vida do bispo emérito de São Félix do Araguaia, Pedro Casaldáliga, chega à televisão espanhola

Adital
O bispo emérito de São Félix de Araguaia (Brasil), bispo dos pobres, dos sem terra, Pedro Casaldáliga, terá sua série de televisão. Trata-se de "Descalço sobre a terra vermelha” (Descalç sobre la terra vermella, em catalão), baseada em uma novela homônima do jornalista Francesc Escribano, que começará a ser gravada na primavera e será transmitida na TVE e TV3.
O papel do missionário catalão será interpretado por Eduard Fernández, que visitou o prelado na Amazônia há alguns meses para conhecê-lo pessoalmente. A série é co-produzida pela TVC, TVE, Minoría Absoluta, Raiz Produções Cinematográficas y TV Brasil.
Pedro Casaldáliga completou no dia 16 de fevereiro passado 84 anos. Nascido em 1928, se ordenou sacerdote em 31 de maio de 1952, unindo-se aos claretianos. Em junho de 1968 se mudou como missionário ao estado do Mato Grosso no Brasil. Em 23 de outubro de 1971 foi ordenado bispo de São Felix do Araguaia.
A diocese é uma das mais extensas do país, ocupando uma superfície de cerca de 150.000 km², habitados em sua maior parte por indígenas proprietários de terra assim como do regime militar existente nesse momento no Brasil. João Bosco, seu vigário, chegou a ser assassinado por pistoleiros que confundiram Bosco com o próprio Casaldáliga (1977). Nesses momentos, recebeu total apoio do Vaticano, especialmente por parte do Papa Pablo VI, mas isto nem sempre seria assim.
Ainda que jamais tenha regressado à Espanha e sempre se mostrado relutante a viajar por medo de não poder entrar de novo no Brasil, em 1985 realizou uma polêmica visita a Nicarágua. Casaldáliga foi até este país para mostrar sua solidariedade com os religiosos nicaraguenses. Em 1988 viajou até o Vaticano e foi recebido em audiência pelo Papa. A visita não foi plenamente satisfatória e alguns meses mais tarde recebeu uma séria advertência por parte da Santa Sede que criticou seu apoio à causa sandinista e da Teologia da Libertação.
Ao completar 75 anos, a Casaldáliga foi-lhe recordado desde o Vaticano que – como todos os bispos ao chegar a essa idade – teria que apresentar sua demissão. O religioso decidiu permanecer na diocese que havia presidido durante mais de 35 anos, reclamando a participação da comunidade na eleição de seu sucessor, apesar de que a Santa Sede lhe recomendou abandonar o país. Doente de Parkinson desde algum tempo, Pedro Casaldáliga não quis abandonar a luta pela defesa dos direitos dos menos favorecidos.
A notícia é de Periodista Digital | Oclacc

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