Brasileiro comanda experimento que torna possível substituir cadeiras de roda por esqueletos biônicos

Neurocientista Miguel Nicolélis espera que um portador de deficiência física possa dar o pontapé inicial na bola da Copa do Mundo de 2014.

Fazer máquinas funcionarem apenas com a força do pensamento pode parecer só ficção científica, mas não é. Na vida real, esse é o objetivo do neurocientista brasileiro Miguel Nicolélis, que comanda uma equipe de 50 pesquisadores na Duke University, uma das mais tradicionais dos Estados Unidos. O experimento revolucionário promete substituir as cadeiras de roda de quem não pode mais andar por esqueletos biônicos.

E como se o desafio já não fosse grande o suficiente, o neurocientista Miguel Nicolélis corre contra o tempo para fazer com que um brasileiro portador de deficiência física, de preferência uma criança, possa dar o pontapé inicial da Copa do Mundo de 2014, no Rio de Janeiro. É o projeto “Walk Again”, que significa “andar de novo”, em português. “Acho que nós temos uma boa chance de conseguir realizar essa demonstração”, afirma o neurocientista.

Em pessoas paralisadas, os comandos do cérebro não chegam aos órgãos do corpo, por causa de uma doença ou de uma lesão. O “pulo do gato” da pesquisa do neurocientista brasileiro é criar um atalho, captar os comandos diretamente do cérebro e transmitir para uma espécie de roupa de robô, chamada de “exoesqueleto”, ou esqueleto do lado de fora do corpo. “O cérebro do paciente vai comandar os movimentos da mesma maneira que comandava os movimentos do corpo antigamente”, explica Miguel Nicolélis.

Para buscar os sinais elétricos, a equipe de Nicolélis usa eletrodos que devem entrar na superfície do cérebro. A próxima etapa é reunir tudo o que foi captado em um chip, parecido com o de um celular, instalado no crânio. A energia viria de uma bateria instalada sob a ele e de uma espécie de mochila do “exoesqueleto”. Enquanto isso, outros chips seriam responsáveis por transmitir os comandos dos movimentos.

Ficou curioso? Assista no vídeo acima como esse sistema funciona e confira também no segundo vídeo uma feira de tecnologia que traz robôs capazes de desarmar bombas e armas que dão proteção sem o perigo de matar.