+ Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
A Liturgia da Palavra nos apresenta o amor de Deus e nos convida a permanecer no amor. Na primeira Carta de S. João, encontramos uma das mais belas definições de Deus, recordada pelo Papa Bento XVI, em sua primeira carta encíclica: “Deus é amor” (1Jo 4,8). Em meio aos diferentes modos de se compreender o amor, é importante recordar em que consiste o amor de Deus, segundo o mesmo texto joanino: “não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho” (1Jo 4,10). Amar antes de ser amado, amar gratuitamente, tomar a iniciativa de amar, amar os que não nos amam ou que não retribuem o amor recebido: é assim que Deus ama! Deus ama a todos, de graça; seu amor é graça! Assim, também somos chamados a amar, segundo o mandamento do amor que Jesus nos deixou: amar como Ele nos amou. Na última ceia, Jesus deixa aos seus discípulos o novo mandamento: “amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei” (Jo 15,12). Ele nos mostra que o amor não se reduz a sentimentos, mas se expressa concretamente em ações. Por isso, nos convida a permanecer no seu amor, guardando os mandamentos, especialmente, pela doação da própria vida: “ninguém tem maior amor do que aquele que dá sua vida pelos amigos” (Jo 15,13). Foi deste modo que Jesus nos amou: doando a própria vida por nós. Foi deste modo que se manifestou o amor de Deus: “Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigênito, para que tenhamos vida por meio dele” (1Jo 4, 9).
Encontramos nos Atos dos Apóstolos a proclamação do amor de Deus e da salvação oferecida a todos. A chegada do Evangelho aos pagãos mostra que “Deus não faz distinção entre as pessoas”, segundo proclama o apóstolo Pedro (At 10,34). Causava admiração aos fiéis de origem judaica o fato do Espírito Santo ser derramado também sobre os pagãos. O próprio Cornélio, convertido vindo do paganismo, em cuja casa Pedro se encontrava com um grupo de fiéis, era sinal e testemunha do amor de Deus manifestado a todos. Por isso e pelos inúmeros sinais do amor de Deus entre nós, a Igreja tem proclamado ao longo dos séculos, com o Salmo 97: “O Senhor fez conhecer a salvação e revelou sua justiça às nações”.
O amor de mãe é sinal do amor de Deus. Rezemos especialmente pelas mães, oferecendo-lhes os presentes mais preciosos que não são adquiridos em lojas, mas que brotam generosamente do coração: as orações, o amor, o respeito, a gratidão e a paz no lar. Na Arquidiocese de Brasília, temos a graça de receber, hoje, a Cruz e o ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude. Participe da Peregrinação da Cruz, em nossa Arquidiocese, em preparação à Jornada que vai acontecer em julho de 2013, no Rio de Janeiro, com a presença do Papa Bento XVI.
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