13/06/2012

Igreja denuncia violência contra povos indígenas

Relatório anual destaca 51 assassinatos e aumento dos casos de invasões e exploração ilegal de recursos naturais

D.R.
Lisboa, 13 jun 2012 (Ecclesia) - O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), organismo da Igreja Católica no Brasil, apresenta hoje em Brasília os dados de 2011 do relatório anual de violência contra os povos indígenas.
O documento diz que houve 503 assassinatos por ano entre 2003 e 2011, 51 dos quais no ano passado, em grande parte devido ao “conflito fundiário”.
O relatório do Cimi refere também que entre 2000 e 2011 foram registados 555 suicídios de índios no Mato Grosso do Sul, estado da maior etnia do país, a Guarani Kaiowá.
Em 2011 registaram-se 45 casos de indígenas que se suicidaram, mais três do que em 2010.
“Os dados apresentados neste relatório desvelam as agressões à dignidade humana dos povos indígenas em todo o Brasil, sua aflição e seus sofrimentos”, escreve D. Erwin Kräutler, presidente do Cimi e bispo da Prelazia do Xingu, região amazónia, no texto de abertura do documento.
Os dados recolhidos mostram um aumento dos “danos ambientais”, revelando que no ano passado foram registados “42 casos de invasões possessórias e exploração ilegal de recursos naturais”, mais novo do que em 2010.
Segundo o Cimi, as obras do “Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)” e “os desmatamentos, causados por grileiros [termo que designa quem toma possa de terras de forma ilegal] e madeireiros, estão entre as principais causas dos danos ambientais”.
O organismo da Igreja Católica no Brasil critica “a morosidade do governo federal em demarcar e homologar as terras indígenas”, referindo que esta atitude “expõe ainda mais os territórios às ações de depredação ambiental”.
“Em 2011, apenas três terras foram homologadas pela presidente Dilma Rousseff – o pior resultado num primeiro ano de governo desde José Sarney”, pode ler-se na página do Cimi na internet.
Além do relatório, vai ser lançada também a campanha ‘Em Defesa da Causa Indígena’, parceria entre o Cimi e a Associação de Juízes para a Democracia (AJD).
OC

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