16/06/2012

PODEMOS OU NÃO SER SANTOS HOJE?




Rubens Rodrigues* 
Um grande questionamento dos dias atuais diz respeito à possibilidade de podermos ser ou não santos. Estamos imersos num mundo de muitas dúvidas. Um mundo cheio de incertezas, angustias... A Santidade foi desde sempre uma promessa de Deus à humanidade. Ela percorre o mais intimo do nosso ser e quer habitar em nós. Como Deus é Santo, o Seu desejo é de que também nós - feitos a sua imagem e semelhança - nos tornemos santos como Ele (Cf.: Lv 11,44). 


A santidade é, pois uma meta. Quem não deseja possuí-la está longe do propósito de Deus. Todos nós devemos ser Santos, pois “o sentido da nossa vida está em unirmo-nos a Deus em amor, em corresponder aos sonhos de Deus”. (Youcat, 342) e como nos ressalta Madre Teresa de Calcutá: temos que deixar Deus “viver a sua vida em nós”. Ao posso que nos modelamos ao propósito de Deus para nossas vidas a santidade vai sendo adquirida, ela se tornará a cada instante uma realidade possível e não mera idealização de nossa existência.


Talvez uma das dúvidas atuais quanto à possibilidade de se constituir uma santidade esteja na nossa observação daqueles que foram santos antes de nós. Podemos assim nos perguntar: “como posso ser santo ao modo de São Francisco?” “Como posso ser santo ao modo de Santa Teresinha?” Enfim, “como ser Santo nos dias de hoje ao modo de tantos santos e santas que conhecemos?”



A resposta talvez não seja sermos ou não santos ao modo dos que passaram e que com toda devoção admiramos, mas temos que observar que para cada época da história Deus suscita homens e mulheres dotados de capacidades diversas e que com o mais sublime encanto de amor transformam o mundo que estão habitando. Esse, portanto é o desejo de Deus nos nossos dias: que sejamos santos ao modo de hoje. Suscitando carismas que levem em consideração toda a evolução cultural, econômica, social, política, enfim, todos os aspectos que compõem a sociedade atual.


A santidade é, pois, uma vocação de todo Cristão. Um dos grandes exemplos de santidade de nosso tempo é o cardeal Van Thuân, que mesmo preso não deixou de amar Jesus sob todas as coisas e com amor devocional celebrava da maneira mais simples possível a Santa Eucaristia. Outro exemplo fecundo de santidade de nossos tempos é o da Ir. Doroth Stang, que abraçou a Cruz de Cristo vivida nos pobres da Amazônia e foi martirizada por tão nobre ato de amor. Diante de tais exemplos, nos questionemos ainda: “também nós podemos ser santos”? Sim! Eis a resposta. Todo povo de Deus é convidado a isso: a ser Santo como Ele é Santo! 

Padres, bispos, o papa, leigos solteiros, leigos casados, cada um no exercício de sua missão tem que ser missionário da santidade, esta tem que ser uma meta, tem que ser uma construção edificada a cada instante, pois à medida que transformamos o nosso modo de ser estamos contribuindo para a santidade universal. Nossa missão é fazer-se santo com o outro. O outro é aquele pelo qual devemos dobrar os joelhos e pedir a Deus pela sua santificação, pois à medida que o outro se santifica também nós nos santificamos com ele.

Entoemos, portanto a mais sublime súplica a Deus, querendo que Ele faça de nós os santos que Ele sonha que sejamos. Que Ele nos envie a pregar o Evangelho e a batizar todos em Seu Nome, no Nome da mais Perfeita Comunidade, a Comunidade Trinitária.

*Seminarista do curso de filosofia - Faculdade Católica de Fortaleza - Diocese de Crateús 

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