Cardeal Tarcisio Bertone diz que documentos tornados públicos são insuficientes para conhecer verdade dos fatos
O Secretário de Estado do Vaticano saiu em defesa de Bento XVI, perante a publicação de cartas e documentos reservados do Papa, afirmando que os mesmos são insuficientes para conhecer a verdade dos factos.
O cardeal Tarcisio Bertone falou esta segunda-feira à televisão pública italiana, comentando os recentes desenvolvimentos das fugas de informação, conhecidas por ‘Vatileaks'.
"Não basta ter conhecimento de alguns documentos e publicar documentos parciais para conhecer a plena verdade sobre os factos", assinalou o número dois do Vaticano.
Este responsável sublinhou que muitas vezes as "clarificações" sobre os assuntos tratados pela Santa Sé decorrem de um "trabalho de diálogo, de relações pessoas e também de conversas do coração, que não resultam apenas de cartas ou da burocracia".
D. Tarcisio Bertone considerou que "o mais triste nestes eventos" é a "violação da privacidade" do Papa e dos seus mais diretos colaboradores.
"Estes não foram nem são dias de divisão, mas de unidade", destacou o secretário de Estado do Vaticano, para quem este "é o momento da coesão de todos os que querem servir verdadeiramente a Igreja".
O cardeal italiano sublinhou que "sempre houve ataques instrumentais" aos responsáveis da Igreja Católica, mas que desta feita "os ataques parecem mais direcionados, por vezes ferozes" e "organizados".
Bento XVI, prosseguiu, "não se deixa intimidar, certamente, por ataques de qualquer género" e manifesta aos seus colaboradores "uma grande força moral".
O Secretário de Estado do Vaticano era um dos visados pela publicação de novas cartas, este domingo, no jornal italiano ‘La Repubblica'.
"Não creio que estes documentos sejam os últimos e não me surpreendo se, nos próximos dias ou nas próximas semanas, houver outros", disse o padre Federico Lombardi, diretor da sala de imprensa da Santa Sé, em resposta aos jornalistas.
O homem acusado de roubar documentos pertencentes ao Papa vai ser interrogado esta semana.
Paolo Gabriele, assistente de Bento XVI, foi detido a 23 de maio, suspeitando-se que seja o autor de fugas de informação no Vaticano que deram origem à divulgação pública de dados reservados.
Fonte: www.agencia.ecclesia.pt
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