27/07/2012

Depois da pompa de Pequim, Londres terá uma cerimônia mais leve


Celebração

Na festa de abertura, promessa de surpresas e bom humor

 orgânica e, por isso mesmo, mais emocionante. A rainha vai ao estádio para abrir os Jogos

Giancarlo Lepiani, de Londres
Ensaio final da cerimônia de abertura, na véspera do evento, em Londres
Ensaio final da cerimônia de abertura, na véspera do evento, em Londres (Martin Bureau/AFP)
A rainha Elizabeth II deverá declarar os Jogos oficialmente abertos cerca de 45 minutos depois do início da festa. Cerca de 100 chefes de estado e de governo estarão presentes para saudar a parada de delegações nacionais
Mais de 120.000 pessoas já viram a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres - nos dois ensaios finais, com o Estádio Olímpico lotado, a festa dirigida pelo cineasta Danny Boyle foi apresentada em quase todos os seus detalhes, com exceção de alguns momentos chave, como a forma como a pira olímpica será acesa. Ainda assim, pouco se sabe sobre o espetáculo - que terá cerca de três horas de duração e será visto por 1 bilhão de pessoas pela televisão. Boyle pediu segredo a todos os espectadores dos ensaios e disse que a missão de todos era preservar a surpresa.Espantosamente, o diretor conseguiu convencer a multidão. Os sortudos que conseguiram um convite para acompanhar os ensaios (no vídeo abaixo, algumas cenas divulgadas pelos organizadores) só revelaram suas impressões sobre o tom da cerimônia - divertido, surpreendente e, sobretudo, emocionante, conforme seus relatos. Num fortíssimo contraste com a festa que inaugurou a Olimpíada de Pequim, há quatro anos, a abertura dos Jogos de Londres será muito menos formal, menos pomposa e menos solene (tanto que custou 27 milhão de libras, um quarto do valor gasto na China). Boyle promete uma narrativa mais solta, com momentos de bom humor e algumas cenas que beiram o surreal. Pelo que já se viu do cenário - que inclui uma paisagem pastoril, animais soltos por um gramado, grandes nuvens artificiais e uma enorme árvore num dos lados do estádio -, espera-se de tudo para a festa desta sexta, às 17 horas (no horário de Brasília, 21 horas em Londres).

Como já era de se prever numa festa planejada por um diretor de cinema, a abertura deve ter a participação de pelo menos dois atores britânicos de primeiro escalão: Daniel Craig, encarnando James Bond, e Kenneth Branagh, lendo textos de Shakespeare. Essa, aliás, é uma das grandes marcas do espetáculo, segundo o próprio Boyle: a festa será essencialmente britânica, tentando mostrar o melhor da história e da cultura do país. Com essa promessa, não poderia faltar a música pop - e ela será representada pelo decano dos roqueiros da terra da rainha, Paul McCartney, que deverá fechar a noite puxando um enorme coro com Hey Jude, dos Beatles. No caminho até esse clímax, haverá trechos retratando os momentos de transformação da história britânica, como a revolução industrial, por exemplo. A rainha Elizabeth II deverá declarar os Jogos oficialmente abertos cerca de 45 minutos depois do início da festa. Cerca de 100 chefes de estado e de governo estarão presentes para saudar a parada de delegações nacionais - liderada, como de costume, pela Grécia, o berço dos Jogos, e seguida por mais 203 nações. A equipe britânica, a maior dos Jogos, com 541 atletas, será puxada pelo ciclista Chris Hoy, esperança de ouro, mas virá muito desfalcada - boa parte dos competidores está concentrada para as provas, a partir de sábado. O Brasil terá como porta-bandeira o cavaleiro Rodrigo Pessoa. Apesar da promessa de criatividade na festa, o fechamento da cerimônia, já no início da madrugada do dia 28, não tem segredo algum: uma estrondosa queima de fogos, como de costume em todas as aberturas olímpicas.

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