16/07/2012

Importância da transparência em questões financeiras


Igreja sem «nada a esconder» nesta matéria tem de aperfeiçoar mecanismos de comunicação, referem responsáveis

eurocathinfo.eu
Lisboa, 16 jul 2012 (Ecclesia) – Os porta-voz dos episcopados católicos da Europa referem hoje em comunicado que a Igreja não tem “nada a esconder” em matéria de finanças e sublinham a importância da “transparência” na comunicação destas questões.
O documento, enviado à Agência ECCLESIA, resulta do encontro destes responsáveis e outros membros da imprensa que decorreu entra quarta-feira e sábado na cidade alemã de Colónia.
“A cultura atual, centrada no consumismo, elevou o critério de transparência, incluindo a financeira, a um princípio de credibilidade”, assinala o texto conclusivo.
O padre Manuel Morujão, porta-voz e secretário da Conferência Episcopal Portuguesa, e Paulo Rocha, diretor da Agência ECCLESIA, integraram o conjunto de bispos, sacerdotes e leigos que marcaram presença na iniciativa.
A nota final dos trabalhos refere que uma “comunicação credível da gestão do dinheiro” é essencial para a missão da Igreja e um dever de “todas as instituições eclesiais”.
“A Igreja não tem nada a esconder, mesmo em relação à gestão das suas finanças”, pode ler-se.
Os responsáveis pelo setor da imprensa admitem que há situações em que a comunicação parece “opaca”, mas destacam o facto de ser difícil falar das contas da “multidão de estruturas institucionais e entidades que constituem a Igreja”.
Esta comunicação, acrescenta o documento, tem de ser entendida como uma dimensão “inerente” à própria Igreja e não como uma “resposta à crescente exigência de informações por parte de jornalistas, instituições ou da opinião pública”.
“A transparência tornou-se de facto uma questão de responsabilidade e credibilidade, também para a Igreja”, assinalam os porta-vozes dos episcopados.
Os participantes no encontro reconhecem que há “muito por fazer” neste campo e consideram que “muitos dos atuais preconceitos são frequentemente fruto de desinformação” sobre a relação da Igreja com o dinheiro.
“Todos os organismos eclesiais e, em primeiro lugar, as conferências episcopais, devem preparar-se para apresentar a sua própria situação e missão da melhor maneira possível, uma apresentação que também inclui uma dimensão económica”, indica a nota conclusiva.
Os porta-vozes manifestam ainda o seu “apreço e estima” pela política de transparência que tem vindo a ser implementada pelo Papa nas finanças da Santa Sé e lamentam o “sofrimento” provocado a Bento XVI por “um jornalismo respeita pouco as leis”.
O próximo encontro destes responsáveis vai decorrer em Bucareste, capital da Roménia, de 12 a 15 de junho de 2013.
OC

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