17/07/2012

Marli teve sua primeira boneca durante a adolescência


Marli Soares, de 58 anos, possui bonecas das décadas de 40 em diante.
Cuidado é tanto que no cabelo de algumas bonecas é usado condicionador.

Mariane RossiDo G1 Santos
3 comentários
Marli Mesquita Soares e sua coleção de bonecas (Foto: Mariane Rossi/G1)Aos 58 anos, Marli possui uma coleção de mais de 200 bonecas (Foto: Mariane Rossi/G1)
Quem pensa que boneca é coisa de criança se engana ao entrar em um dos cômodos da casa de uma professora aposentada, em Santos, no litoral de São Paulo. Apaixonada por bonecas, ela se tornou colecionadora há uma década e cultiva essa paixão dentro da própria casa, com as mais de 200 bonecas que 'moram' com ela.
Marli Mesquita Soares, de 58 anos, só ganhou sua primeira boneca na adolescência. Além de sua mãe não ter condições financeiras para comprar muitos brinquedos, os que eram adquiridos eram divididos entre as cinco mulheres da casa. As bonecas, por exemplo, nunca chegavam até ela. “Quando eu comecei a namorar eu tinha 15 anos. Aos 16 anos, meu namorado, que agora é meu marido, sabia que eu gostava de boneca e me deu uma. E ela está aí até hoje. Ela é mais velha do que os meus filhos”, conta ela sobre sua primeira ‘amiguinha’, presente do começo da década de 70.
Marli teve sua primeira boneca durante a adolescência (Foto: Mariane Rossi/G1)Marli teve sua primeira boneca durante a
adolescência (Foto: Mariane Rossi/G1)
Aos 47 anos, Marli se aposentou na escola onde dava aulas e o novo hobby apareceu. Ela resolveu realizar um desejo de menina e passou a frequentar brechós e lojas de brinquedos atrás das bonecas. “Eu ia no brechó e ficava com dó de ver aquela boneca jogada lá. Eu fico imaginando elas higienizadas, com roupinhas, e aí trago para casa”, diz. A coleção foi surgindo aos poucos e as bonecas ficavam no antigo quarto da filha mais velha, que já era casada. Depois que seu filho também saiu de casa, o lugar foi destinado apenas para a coleção de Marli.
As mais antigas são da década de 40. Elas são mais pesadas e feitas de uma massa especial, diferente das atuais. As mais recentes vieram dos Estados Unidos e custaram cerca de R$ 300 cada uma. Mas independentemente do ano em que foram criadas e de onde vieram, cada uma carrega uma característica. Tem a ‘Mãezinha’, que carrega um bebê e o coloca para dormir, a ‘Noivinha’, preparada para casar, a ‘Beijoca’, que solta beijos quando apertam seu braço, a ‘Amelinha’, que passa roupa e utiliza vassouras como se estivesse limpando a casa e, entre muitas outras, a ‘Rockita’, que carrega um rádio e dança conforme a música.
Algumas das bonecas foram fabricadas na década de 1940 (Foto: Mariane Rossi/G1)Algumas das bonecas foram fabricadas
na década de 1940 (Foto: Mariane Rossi/G1)
Para conservá-las, a aposentada toma alguns cuidados. Ela conta que compra roupas, sapatos e acessórios que são colocados em um guarda-roupa especial das bonecas. Marli diz que o ideal para os cabelos das pequenas é usar condicionador. Já para tirar a sujeira ela utiliza um pano com álcool. “Eu limpo uma por uma. Nos sábados eu fico cuidando delas. Dá o maior trabalho, mas para mim é uma terapia”, diz. Para organizar a coleção, ela criou um catálogo com as fotos e dados de cada peça.
Marli conta que o marido sempre apoiou o hobby. Além de pintar o quarto, ele colocou as prateleiras e a acompanha nas compras. “Ele curte comigo porque ele vê como elas estão quando eu trago e como é que elas ficam depois”, explica. Além do marido, ela conquistou novos fãs do quarto das bonecas. As crianças da rua sempre visitam a casa para brincar com algumas relíquias. “Virou ponto turístico”, brinca. As crianças que têm bonecas, e que não usam mais, levam as preciosidades pra Marli, já que sabem que ela cuida delas muito bem.
Outras peças do acervo vieram de outros países, como os Estados Unidos (Foto: Mariane Rossi/G1)Peças do acervo vieram de outros países, como
os Estados Unidos (Foto: Mariane Rossi/G1)
Marli conta que já passou por histórias engraçadas por causa das bonecas. Certa vez, a mãe da aposentada gostou de uma da coleção. Para não doar uma das 'queridas', como Marli apelidou as bonecas, ela foi até uma loja no centro de Santos e comprou uma igual, já que não teve coragem de se desfazer de uma delas.
Apesar do ciúme em relaçãos a algumas bonecas, Marli, que dedica boa parte do seu tempo à coleção, garante que nenhuma das 200 bonecas é mais importante que a outra. "Eu não tenho uma preferida. Para mim são todas minhas filhas", explica.
Quarto ainda possui gavetas com roupas para as bonecas (Foto: Mariane Rossi/G1)Quarto ainda possui gavetas com roupas para as bonecas (Foto: Mariane Rossi/G1)

3 comentários :

  1. Que história linda! Incrível!

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  2. Se quiser tenho uma de maus de um metro do ano de 97 ela caminha e ainda tem as roupas originais

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  3. Se quiser tenho uma de maus de um metro do ano de 97 ela caminha e ainda tem as roupas originais

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