15/07/2012

Vaticano lamenta falta de vontade política para acordo internacional


Novo tratado está a ser discutido na ONU por 193 países

D.R.
Lisboa, 14 jul 2012 (Ecclesia) – Os representantes da Santa Sé junto das Nações Unidas lamentaram a falta de vontade política para se chegar a um novo tratado internacional sobre o comércio e produção de armamento.
O presidente da delegação do Vaticano na conferência sobre o Tratado de Comércio de Armas que decorre na sede da ONU, em Nova Iorque, disse que a Igreja Católica acredita que um acordo internacional “pode fazer uma diferença importante” para milhões de pessoas que se confrontam diariamente com “a privação, a insegurança e o medo”.
A intervenção de D. Francis A. Chullikatt, citada pela Rádio Vaticano, reiterou que a Santa Sé vê como principal objetivo do novo tratado “não apenas a regularização do comércio de armas convencionais, mas acima de tudo, o desarmamento do mercado ilícito internacional”.
Segundo este responsável, o debate em torno deste tema veio salientar mais uma vez o impacto do comércio ilegal de armas sobre o desenvolvimento, a paz, os direitos humanos.
“As armas não podem simplesmente ser comparadas a outras mercadorias. Elas precisam de uma regulamentação especializada, capaz de prevenir, combater e erradicar o comércio ilícito e irresponsável”, alertou.
Em Genebra, junto das organizações especializadas das Nações Unidas, o observador permanente da Santa Sé observa o objetivo do tratado que está a ser negociado pretende “regular o transporte” de armas convencionais através de determinados territórios, evitando que as mesmas possam cair “em mãos erradas, como as de traficantes de droga, terroristas ou criminosos urbanos”.
“Parece-me que a novidade está no facto de se oferecer um instrumento global que ofereça regras para o comércio das armas convencionais com transparência e responsabilidade”, refere D. Silvano Tomasi.
193 países participam ao próximo dia 27 naquela que é a primeira conferência da ONU sobre o tratado sobre o comércio de armas, com o qual se procura regulamentar o comércio mundial de armamento.
Antes do início dos trabalhos, a Pax Christi e o Observatório Permanente sobre a Produção, Comércio e Proliferação das Armas Ligeiras da Conferência Episcopal Portuguesa pediram ao governo luso que assuma uma posição mais firme no combate ao comércio ilegal de armamento.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, os dois organismos católicos revelaram ter enviado “uma carta ao Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português”, no sentido de garantir o apoio nacional à implementação de um tratado eficaz contra a transação incontrolada das armas.
OC

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