Pesquisadores americanos conseguiram desenvolver um protótipo de contraceptivo oral masculino, após testes bem sucedidos com camundongos machos. O estudo, publicado no periódico Cell, sugere que a pílula anticoncepcional para homens pode entrar em testes clínicos com humanos dentro de um ano.
Os cientistas – da Universidade de Washington, da Faculdade de Medicina Baylor e do Instituto do Câncer Dana-Farber, ligado à Universidade de Harvard – testaram um novo composto, chamado JQ1. Eles descobriram que, em ratos, a substância foi capaz de interromper a espermatogênese, processo no qual o esperma se desenvolve.
O novo composto não possui hormônios, diferente da pílula anticoncepcional feminina, que geralmente contém estrogênio e progesterona. Segundo a pesquisa, o JQ1 é capaz de entrar na corrente sanguínea, chegar até os testículos e bloquear a função de uma proteína chamada BRDT, presente nos órgãos de camundongos e seres humanos e grande responsável pela produção do esperma.
Como resultado, os camundongos mostraram uma redução no número e na qualidade do esperma produzido, sendo considerados inférteis. Por outro lado, não sofreram impactos no desempenho sexual e na produção de testosterona.
Além disso, depois que os animais pararam de consumir o composto de forma contínua, a produção de esperma foi retomada normalmente, mostrando que os efeitos da substância são reversíveis. Os filhotes concebidos após o processo também nasceram perfeitamente normais.
O vídeo abaixo, disponibilizado pela Faculdade de Medicina Baylor, mostra como se comportam os espermatozóides sob o efeito do composto JQ1.
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