15/01/2013

1.050 denúncias registradas em 2012


No ano passado, somente em Fortaleza, foram registradas 1.050 denúncias de agressões contra os idosos.
As mulheres, com idade entre 70 e 79 anos, são as maiores vítimas, segundo levantamento da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS).
Na lista de agressões, além da violência física, o abandono nos asilos, falta de carinho, pressão psicológica e o descaso acometem idosos de todas as faixas econômicas.
Na maioria dos casos, a violência é oriunda de pessoas da própria família ou próximas.
Apesar do problema, muitas vítimas não procuram o Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa (Ciaprevi), vinculado à STDS, por medo, justamente porque o perfil mais comum é o do agressor que tem vínculo familiar com a vítima de violência.

“O agressor pode ser o filho, o neto, e isso acaba impedindo o idoso de fazer a queixa. Mas é bem mais comum que a denúncia venha de pessoas, que não são da família, como o vizinho ou até de funcionários de hospitais que percebem o tratamento que é dado pelos familiares”, explicou a assistente social do Ciaprevi, Eveline Leite.
DENÚNCIAS E AÇÕES
Após a denúncia, uma equipe do Centro vai à casa da família para averiguar a informação. “Não fazemos abordagem policial. A gente chega e pergunta como o idoso está, se precisa de algum cuidado diferenciado, para poder estabelecer um diálogo” informou a diretora do Ciaprevi, Audacir Simões.
Quando é constatada a violência, os centros de saúde são acionados para poder tratar o idoso. Em seguida, o agressor deve assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) informando que a ação não irá se repetir. Em caso de abuso financeiro, o Ciaprevi tenta encontrar outro familiar que fique responsável pelas finanças do idoso.

“Se ainda assim não tiver melhorado a situação, o processo é encaminhado para uma delegacia ou, se for o caso, para o Ministério Público. Mas nós continuamos acompanhando, para saber se já foi realizada audiência, como ficou resolvido, para saber a evolução e, em seguida, encerramos o caso”, afirmou Audacir.
FAMÍLIA E TRATAMENTO
Além de cuidar do idoso, o Centro também se responsabiliza pelo tratamento da família. Em caso de agressor que seja usuário de drogas, por exemplo, o Ciaprevi tenta encaminha-lo a algum tratamento. Já em situações onde a família está com os laços afetivos comprometidos, o Centro busca acompanhamento psicológico.

“O contexto familiar é cheio de ‘coisinhas’ que precisam ser trabalhadas. Não é apenas chegar e dizer: ‘você está preso’. Porque a pessoa não é marginal, tem as dificuldades financeiras e o cansaço. Às vezes, uma só pessoa cuida do idoso, e isso requer muita paciência, tem gente que fica sobrecarregada. Então, há situações em que a gente precisa trabalhar a família também”, ressaltou a diretora.
SERVIÇO
Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social Denúncia: 0800.275.5555

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